Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

Muller escreveu essência no bloco de notas.
— A comunicação precisa de ser automática. Preciso de tempo para
organizar as coisas do outro lado — afirmou Reacher.
— E sabe para onde ele vai? — perguntou Muller.
— Ao certo, não. Ainda não.
— Diga-me quando descobrir. Posso afetar recursos.
— Obrigado, assim farei.
Muller desligou. Arrancou a primeira página do bloco. Rasgou-a ao meio,
depois, em quatro partes, a seguir, em oito, e, por fim, em dezasseis, género
confetes, que deitou no caixote do lixo. Reacher podia alegar que a conversa
tinha ocorrido, mas Muller podia contra-alegar que terminara com uma mudança
de ideias de última hora, estilo não vale a pena, resultando no cancelamento de
todos os pontos acabados de acertar. Não se poderia provar uma coisa nem outra.
Um conflito clássico em que cada uma das partes desmentia a outra e que a
polícia ganhava sempre.
Ligou a Dremmler.
E disse:
— Podes não acreditar, mas o Reacher acabou de me telefonar. Com um
problema que o Griezman me largou no colo. O Reacher acha que o Wiley está a
caminho de Frankfurt. Comprometeu-se a dizer-me o destino exato assim que o
soubesse.
— Excelente.
— E já arranjaste o novo nome dele?
— Já está quase a chegar.


Quando se despachou, Wolfgang Schlupp saiu do bar, percorrendo duas
vielas e apanhando um autocarro, que o deixou a uma viela e duas curvas para a
esquerda de casa, um apartamento no último andar de uma casa geminada
anterior à Segunda Guerra Mundial. Não havia elevador, atendendo à idade do
sítio. Mas o valor de mercado era alto. Ao longo de muito tempo, tinha havido

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