uma cópia do retrato-robô. O tipo chama-se Dremmler. Importa sapatos do
Brasil. Tive de ir ao escritório dele. Não lhe podia pedir para vir ter ao meu
gabinete. Disse-me que tinha pessoas em lugares que me surpreenderiam. Disse-
me que eu tinha pela frente uma força poderosa, que dentro em breve ficaria
ainda mais poderosa.
— Temos de ir fazer uma visitinha ao senhor Dremmler.
Griezman levou-os no carro para uma rua de uso misto, a cerca de quatro
quarteirões do bar com a fachada de madeira envernizada. Aparentemente, era
permitido utilizar néons naquela parte da cidade. O sítio de Dremmler era um
prédio estreito de quatro andares, que fazia parte da reconstrução da década de
50 e possuía um letreiro iluminado, que percorria de um lado ao outro o espaço
entre as janelas do último andar e a valeta para a água da chuva. Estava escrito a
vermelho, com uma caligrafia bonita e complexa, como se fosse uma marca
famosa. À maneira de um letreiro americano à moda antiga da Coca-Cola. Dizia
Schuhe Dremmler, que Reacher imaginou que quisesse dizer Sapatos Dremmler.
O elevador era lento. E o tipo não estava. A secretária explicou que o patrão
atendera uma chamada e saíra. Não fazia ideia de onde ele teria ido. Nem fazia
ideia de quando regressaria.
Voltaram para o consulado. Convidaram Griezman a entrar. Os outros já lá se
encontravam. O cadáver de Wiley estava a caminho da morgue do hospital
militar americano, em Landstuhl, num carro fúnebre pedido por Orozco. A
mensageira estava trancada numa sala na cave, à espera de um U.S. Marshal, de
umas algemas e de um avião para Dulles. E o iraniano estava sentado numa
cadeira à janela. Orozco e o sargento dele tinham-no trazido. Fácil e tranquilo.
Sem danos colaterais. Felizmente, fora o próprio iraniano a abrir a porta do
apartamento. Depois, tinha-se seguido um rapto bastante simples. O tipo estava
com um ar inseguro. A vida antiga dele terminara. E a nova estava prestes a