Escola da Noite

— De acordo — retorquiu Reacher.
— Por isso, vamos mas é roubá-la agora nós. Temos uma chave. Vai ser
como arrancar do passeio enquanto o dono está dentro de casa a ver a bola.
Reacher assentiu. Em tempos, tinha passado por uma escola de combate do
exército, onde o instrutor mais duro gostava de dizer que os melhores combates
são os combates que não se têm. Não há risco de derrota nem de lesões. Por mais
ligeiras ou improváveis que pudessem ser. Além disso, naquele caso, havia
também uma dimensão política. Se a carrinha desaparecesse simplesmente,
quem poderia dizer que ela tinha sequer existido? Era sempre útil poder negar
uma coisa. Assentaria bem na narrativa. Qual caixote?
Claramente, o elemento mais ruidoso seria ter de subir a porta do armazém.
Era comandada por um motor elétrico, por meio de correntes. Uma coisa lenta e
demorada. Seria necessário que abrisse por completo. Estava em causa uma
carrinha com um tejadilho alto. Trinta segundos, provavelmente. A ranger, a
chocalhar e a arrastar-se para cima. Um som muito característico. Seria o mesmo
que pôr um anúncio no jornal. Eles viriam logo a correr.
O melhor era sair de marcha-atrás. Pelo outro lado. Executar a manobra com
cuidado, bem em direção ao centro do barracão, até onde fosse possível, e depois
virar a carrinha para a frente e fugir pela parte principal do armazém. Pela porta
aberta que se encontrasse mais próxima. Tal como Hooper tinha entrado.
Agora a setenta metros de distância, estavam quatro funcionários parados a
olhar.
— Muito bem, vamos lá a isso. Quem quer guiar? — perguntou Reacher.
— Vou eu — respondeu Neagley.
— Se eles ouvirem o motor, vão aproximar-se do teu lado. Portanto, vais
precisar de cobertura. Mas não do banco do passageiro. Ainda podias apanhar
com um tiro na cara. Vou acompanhar o carro a pé, do lado contrário. E quando
parares de fazer marcha-atrás, salto lá para dentro e tu podes arrancar. A seguir, o
Hooper e o Orozco podem vir logo atrás.
— Estou a contar fazer marcha-atrás bem mais depressa do que tu consegues
andar. Estamos a falar de armas de paraquedistas militares. Aguentam uns