Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

passado. A bomba estava ótima. Andar a rodar e a carregar aleatoriamente não
produzia nenhum efeito. O que fazia sentido. Uma má aterragem de paraquedas
poderia ter sido pior.
Continuou:
— Tratava-se de uma questão moral, pura e dura. Alguns respondiam que
não, já que o tipo não tinha violado lei nenhuma. Ainda não. Mas o mesmo se
aplicava, num determinado momento, a todos eles. Se fôssemos capazes de
voltar atrás numa máquina do tempo para fazer isso, porque não o havíamos de
fazer logo? Outros mostravam-se preocupados com graus de certeza. E se só
tivéssemos noventa por cento de certeza? E outros diziam que mais valia
prevenir do que remediar. O que, por lógica, implicaria tudo o que fosse melhor
do que cinquenta por cento. Mas, no fundo, não. Tudo o que fosse superior a um
por cento já poderia valer a pena. Uma hipótese em cem de salvar oitenta
milhões de pessoas do terror e do sofrimento? Tem alguma opinião, senhor
Dremmler?
Dremmler não respondeu.
E Reacher prosseguiu:
— Ainda não tínhamos terminado o curso. West Point é uma faculdade. Era o
género de coisa de que se falava na altura. Seria a sério? Não interessava. Não
havia maneira de provar que faríamos o que tínhamos dito. Ou que não faríamos.
Mas a vida é tramada. Agora tenho a oportunidade de responder a essa pergunta
na vida real. Será que o que eu disse há uma série de anos era tudo uma treta?
Disparou contra o coração de Dremmler e, quando este deixou de se mexer,
voltou a disparar, para a cabeça e à mesma distância, para ter a certeza absoluta.
A seguir, guardou a pistola no bolso, enfiou o dossiê dentro da mochila
camuflada, pôs o Davy Crockett ao ombro e dirigiu-se para a carrinha. Deu um
passo para o lado, carregou no cogumelo mágico verde, para abrir a porta, e
depois abriu a da carrinha, para largar a mochila junto das outras nove irmãs.
Fechou a porta e trancou-a bem.
Entrou para o lugar do passageiro.
— Estás bem? — perguntou Neagley.

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