11

Evidentemente, os serviços de imigração alemães já tinham sido avisados de
antemão, pois, assim que Neagley entregou o passaporte, o funcionário que se
encontrava na cabina fez um sinal e um homem grande e gordo levantou-se de
uma cadeira dura no átrio logo a seguir, preparado para os cumprimentar. Disse
que se chamava Griezman. Disse que reconhecia os nomes de Reacher e de
Neagley. Tinham sido registados por um polícia de giro e descritos como
turistas. Mas, obviamente, não eram. Compreendia-o agora. Disse que teria todo
o gosto em ajudar no que fosse possível. Disse que a testemunha já se
encontrava à espera na esquadra. Cheia de vontade e de expectativa. Tinham-lhe
explicado que lhe iam pedir a opinião num assunto de segurança nacional. E
estava de folga. Mas a receber, já que ia desempenhar um dever cívico.
Griezman disse que o tipo não falava inglês. Estaria um tradutor presente. E,
sim, era normal na Alemanha mostrar fotografias de possíveis suspeitos a uma
testemunha.
Griezman tinha um Mercedes do departamento parado junto ao passeio,
numa zona de estacionamento proibido. Entraram no carro, e Griezman sentou-
se ao volante. O banco foi todo para trás com o seu peso. Era um homem
enorme. Uns centímetros mais alto do que Reacher e com quase trinta quilos a
mais. Acima do dobro do peso de Neagley. Mas a maior parte era gordura. Só
constituía um perigo para ele e mais ninguém.
Reacher disse:
— Ontem, ao telefone, chamou lunática à testemunha.