- Quem era?
- Alguém que o atropelou e fugiu – disse Trane.
- Atropelou e fugiu?
- Você pulou na frente do carro. Foi acidente. Porra, quase achei que você tinha
feito de propósito! - Você sabe quem foi?
Trane balançou negativamente a cabeça, e Marcus se lembrou de que tinha
corrido atrás de Eva pela... pela Istedgade? Tinha olhado por cima do ombro. Viu
dois faróis. Quem estava ao volante? - E você? Onde estava? – perguntou Marcus.
- Esperando no carro. Não pense mais nisso.
- Por que estou aqui?
- Ué, e onde mais deveria estar?
Trane olhou para Marcus de cima a baixo e assentiu com a cabeça, como se
estivesse de acordo. Mas de acordo com o quê? Não tinham conversado nada.
Talvez Trane estivesse de acordo no debate que, naquele momento, tinha consigo
mesmo sobre o que fazer com Marcus. Restava saber que conclusão ele tinha tirado. - Volto amanhã.
- Espere. – Marcus tentou agarrar Trane. – A mulher. Eva.
- Pare de se preocupar. Deixe que, a partir de agora, eu cuide disso.
- De que jeito?
- Já me colocaram a par das coisas. Uma situação bem complicada – disse Trane,
que acrescentou, seco: – Ela talvez tenha sido administrada mal desde o início.
A nuca de Marcus protestou quando ele tentou erguer-se na cama. Não podia
continuar deitado; não conseguiria recuperar a autoridade naquele estado. Antes
que Marcus tivesse tido tempo de se apoiar no cotovelo, Trane chegou à porta, e
estava prestes a sair. - Trane?
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1