escovinha estava sozinho ali. Por quê? Ele olhou para Eva, que avançou para a sala
ao mesmo tempo que tentava acalmar-se. As mãos dela... O que faria? Sair correndo
agora que os demais tinham entrado?
Vozes, conversas dispersas.
- Podemos subir?
- É um bairro muito tranquilo – disse Lisa. – Nem dá para acreditar que estamos
bem no centro de Copenhague. - Onde fica a sala?
- Em cima. Mas antes você precisa ver o terraço. É incrível; tem um encanto
especial. – Lisa atravessou a cozinha e abriu uma porta de correr. – Que tal?
Eva continuava na cozinha. O homem do cabelo à escovinha acompanhou um
pouco o fluxo e olhou para o terraço. Depois, olhou para Eva. - O que acham? – perguntou a corretora. Parecia realmente entusiasmada. – Por
mais que vente lá fora, não chega aqui. E o terraço é quase voltado para o sul; assim,
bate sol quando a gente volta do trabalho. - Fantástico! – disse uma das mulheres.
- Você mora por aqui?
Deu-se conta de que Lisa estava falando era com ela, Eva. - Na Nørrebrogade – respondeu Eva. O cabelo à escovinha sorriu e olhou para o
chão. - Podemos subir? – quis saber um dos outros homens.
- Mas é claro.
Lisa ia à frente. Eva a seguia. O que o homem pretendia fazer? Matá-la quando ela
saísse? Olhou em volta. “Talvez eu devesse dar no pé agora mesmo... Não, não.” Por
que ali? Do que tinham medo? De que ela fosse descobrir alguma coisa? Lisa falava
da maneira que um corretor imobiliário costuma falar. - As casas de Kartoffelrækkerne têm muitas escadas. Têm mais de cem anos, e
isso também é parte do encanto. Na época eram moradias operárias, e agora é um