Grandes Ditadores da História - Hitler & Stalin - Edição 01 (2019-08)

(Antfer) #1

Munique, concordaram em entregar para a Alemanha
parte do território da então Tchecoslováquia. Na ocasião,
a União Soviética era aliada da Tchecoslováquia.
França e Inglaterra, ignoraram a União Soviética sem
dó, mas tinham motivos para tanto. No período entre-
-guerras (1918-1939), primeiro Lênin e Trotski e poste-
riormente Stalin ajudaram a Alemanha a se armar, mes-
mo indo de encontro aos itens estabelecidos no Tratado
de Versalhes, assinado em 1919, que diziam, entre ou-
tras coisas, que os derrotados, estavam proibidos de ter
exércitos com mais de 100 mil homens, marinha, aviação
militar e produzir ou comercializar equipamento béli-
co. Mas a União Soviética permitiu que se instalasse em
seu território uma indústria bélica a serviço do exército
alemão. Com isso, as democracias europeias isolaram a
URSS e deixaram Stalin imaginando que o Ocidente
faria uma frente “antiimperialista” ao lado da Alemanha.
Isso o encorajou – e muito – a procurar rapidamente
Hitler para um acordo bilateral de “paz”.


OBJETIVOS ANTAGÔNICOS
Stalin e Hitler sempre foram líderes ideologicamente
antagônicos. O primeiro tinha como objetivo consolidar
a ditadura do proletariado e acabar com o capitalismo, e
o Führer desejava expandir territórios com a colonização
racista e reinar absoluto no mundo capitalista.
Um mês antes do acordo, Stalin ainda não sabia o que
fazer. Em primeiro lugar, não tinha certeza de que Adolf
Hitler iria aceitar o pacto ou se os líderes democratas eu-
ropeus iriam lhe estender a mão. No livro “Stalin – Uma
Biografia Política”, Isaac Deutscher afirma que “ele ainda
estava provavelmente disposto, em vista das incertezas, a
selar um acordo com o lado que primeiro lhe estendesse
a mão. Ele certamente teria integrado uma coalizão anti-
Hitler se os termos oferecidos pelas potências ocidentais
tivessem permitido à União Soviética desempenhar um
papel que Stalin considerasse à altura do país”.


PACTO DE NÃO-AGRESSÃO
Pois bem, quem estendeu a mão a Stalin foi Hitler e
não os países ocidentais. O comunista não deixou o nazis-
ta sem reposta e aceitou a parceria. Para firmar o pacto, o
Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joachim
von Ribbentrop, viajou em segredo a Moscou em agosto
de 1939. Na noite do dia 23 de agosto de 1939, estavam
presentes no Kremlin Ribbentrop, seu equivalente russo
no organograma soviético, Molotov, e o próprio Stalin.
O acordo, conhecido como pacto Molotov-Ribben-
trop, pacto Nazi-Soviético ou pacto Hitler-Stalin, na ver-
dade, transformou-se em dois. O primeiro deles, levado
ao conhecimento do público, estabelecia que os dois paí-
ses não se atacariam por um período de dez anos, nem
apoiariam um país que o fizesse. O segundo, mais impor-


tante do ponto de vista geopolítico, dividia e marcava as
zonas de influência no leste europeu. Na prática, de ime-
diato, resultou na divisão da Polônia após a invasão alemã
na semana seguinte ao pacto. Além disso, acertou-se que a
União Soviética não reagiria a uma agressão alemã à Polô-
nia e, em contrapartida, a Alemanha apoiaria uma invasão
soviética à Finlândia.
O mais interessante desse pacto de não-agressão en-
tre Alemanha e União Soviética é que ele não possuía
nenhuma cláusula suspensiva para caso alguma das par-
tes resolvesse atacar a outra. As segundas intenções de
Hitler estavam previstas na assinatura do pacto de não-
agressão. E Stalin sabia disso.

A POLÔNIA E O INÍCIO DA 2A GUERRA
Uma vez que o pacto Molotov-Ribbentrop havia sido
oficializado, a Alemanha não perdeu tempo e invadiu a
Polônia em 1º de setembro do mesmo ano, precipitando
a 2a Guerra Mundial. No dia 7 de setembro, no Kremlin,
ao lado de Molotov, Jdanov e Dimitrov, o ditador soviético
teria comentado: “A guerra está sendo travada entre dois
grupos de países capitalistas. Eles querem novamente di-
vidir o mundo entre si, eles pretendem dominar o mundo!
Nós não temos nada contra, se eles fizerem ataques arra-
sadores e se destruírem mutuamente. Não há mal algum
que a Alemanha venha a colocar suas mãos sobre os países
capitalistas mais ricos (em especial a Inglaterra) e ali cau-
sar alguns danos. Sem se dar conta, Hitler os enfraquece,
pois ele solapa o sistema capitalista pela base”.
A invasão culminou na dominação completa da Po-
lônia em 6 de outubro do mesmo ano. Durante a ope-
ração, em 17 de setembro, a União Soviética, seguin-
do uma cláusula secreta do pacto Molotov-Ribbentrop,

Divulgação/ Discovery Networks
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