Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

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    Condições de alto risco: endocardite prévia, doença valvar aórtica, doença cardíaca reumática, válvula cardíaca protética, coarctação de
    aorta e doença congênita cianótica
    Condições de moderado risco: prolapso de valva mitral com regurgitação ou espessamento do folheto, estenose de valva mitral, doença
    valvar tricúspide, estenose pulmonar e cardiomiopatia hipertrófica
    Febre (temperatura > 38°C)
    Fenômeno vascular: embolia arterial maior, infarto pulmonar séptico, aneurisma micótico, hemorragia intracraniana, hemorragia
    conjuntival e lesões de Janeway
    Fenômeno imunológico: glomerulonefrite, nódulos de Osler, manchas de Roth e fator reumatoide positivo
    Evidência microbiológica: hemoculturas que não satisfazem critérios maiores ou evidência sorológica de infecção ativa com organismos
    compatíveis com EI
    Ecocardiograma compatível com endocardite, mas não preenchendo critério maior


ECOCARDIOGRAMA
É fundamental para diagnóstico e tratamento. Deve ser realizado, de preferência, em
24 h contadas a partir de suspeita de EI. A evidência de massa intracardíaca oscilante
ou vegetação, abscesso anular ou deiscência de prótese valvar parcial é critério
importante. Deve ser realizado em todos os pacientes com suspeita da doença. Se uma
circunstância impedir a garantia de boas janelas ecocardiográficas, incluindo doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), cirurgia torácica anterior, obesidade mórbida ou
se a suspeita clínica prevalecer a despeito de um ecocardiograma transtorácico (ECO
TT) negativo, deve-se fazer o ecocardiograma transesofágico.
O ECO TE é mais sensível que ECO TT para a detecção de vegetações e
abscessos (sensibilidade de 70 a 80% para o ECO TT e 90 a 100% para o ECO TE).
Existindo prótese valvar, as imagens do ECO TT ficam prejudicadas pelos
componentes estruturais da prótese e, geralmente, são inadequadas para avaliação da
área perivalvar, onde essas infecções frequentemente se instalam.


CULTURAS


Ao menos três pares de culturas devem ser coletados de sangue periférico antes de se
iniciar antibioticoterapia, com intervalo entre elas de, no mínimo, 30 min; cada par
composto de um frasco aeróbico e um anaeróbico. Manter também vigilância para
fungos e organismos de crescimento lento do grupo HACEK, classicamente sensíveis à
ceftriaxona.
Devem ser colhidas de preferência diariamente até que se tornem estéreis. Se tiver
boa evolução, recomenda-se coleta de controle após 4 a 6 semanas de tratamento ou
sempre que apresentar novo quadro febril.


TRATAMENTO

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