“MEU INÁBIL ARTHUR”
Nascido em 17 de maio de 1769, em
Dublin, Wellington veio ao mundo
numa família anglo-irlandesa de ra-
ízes aristocráticas – seu pai era o
Conde de Mornington e sua mãe a
Viscondessa de Dungannon. Quarto
de cinco irmãos, estava fora do cír-
culo mais importante da família. Foi
o irmão mais velho, Richard, por
exemplo, quem herdou o título de
nobreza do pai por ocasião de sua
morte, em 1781. Isso não quer dizer,
porém, que Wellington não teve uma
vida confortável. No mesmo ano da
morte do pai, Arthur começou os es-
tudos em Eton, na época já a presti-
giadíssima escola particular forma-
dora de personalidades de estatura
histórica – por lá passaram, por
exemplo, o atual premiê britânico,
David Cameron, e o escritor Ian Fle-
ming, além do príncipe William.
Mas quando se olhava para
Wellington não se via nada que indi-
casse que se estava diante de alguém
que alçaria voos altos. Sem fazer ami-
gos, ele detestava a escola, que aban-
donou em 1874, quando problemas
financeiros após a morte do pai fize-
ram com que a mãe não pudesse mais
pagar a anuidade. A família se mudou
para Bruxelas, mas a sensação de que
Arthur estava fadado a uma existência
medíocre apavorava a mãe, que apeli-
dou o filho de “meu inábil Arthur”.
“Arthur perdeu seu pai quando
tinha apenas 12 anos, e sua mãe não o
considerava tão especial quanto os
demais irmãos. Seus únicos talentos
pareciam ser tocar violino e cálculos
aritméticos. Mas mesmo isso ficava
em segundo plano, diante da consta-
tação de que ele era indolente e antis-
Wellington:
juventude
indolente e
antissocial
CAPA
24 | AVENTURAS NA HISTÓRIA
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