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Modo Vibratório
esculpa, vim o mais depressa que pude – disse Øystein, ao
desviar o táxi do passeio em frente do Elmer’s Fruit & Tobacco.
– Bem-vindo de volta – disse Harry, perguntando-se se o autocarro vindo da
direita se apercebera de que Øystein não tinha qualquer intenção de parar.
– Vamos a Slemdal, não vamos? – Øystein ignorou a buzinadela furiosa do
autocarro.
– Bjørnetråkket. Sabes que aqui tens de ceder passagem?
– Decidi não o fazer.
Harry olhou para o amigo. Mal conseguia ver os dois olhos injectados de
sangue atrás de frinchas estreitas.
– Cansado?
- Jet-lag.
– A diferença horária entre Oslo e o Egipto é apenas de uma hora, Øystein.
– No mínimo.
Como nem os amortecedores funcionavam nem as molas do banco
existiam, Harry sentiu cada pedra do pavimento e desnivelamento da estrada
enquanto guinavam pelas curvas na subida a caminho da casa de Albu, mas
naquele momento aquela era a coisa que menos lhe interessava. Pediu o
telemóvel emprestado a Øystein, ligou para o International Hotel e pediu para
falar com o quarto 316. Foi Oleg quem atendeu. Harry ouviu o prazer na sua
voz quando o rapaz lhe perguntou onde é que ele estava.
– Num carro. Onde está a tua mãe?
– Saiu.
– Pensei que só amanhã é que tinha de ir a tribunal.
– Os advogados vão reunir-se no Kuznetski Most – disse o miúdo num tom
de voz adulto. – Volta daqui a uma hora.
– Ouve, Oleg, podes dar uma mensagem à tua mãe? Diz-lhe para mudar de