A Marca do Assassino

(Carla ScalaEjcveS) #1

─ Achamos que a melhor amiga de Susanna Dayton, uma advogada
chamada Elizabeth Osbourne, está ajudando o Post.
─ Não é a filha do Douglas Cannon?
─ Sim, é.
─ Cannon odeia o Jim. Estiveram juntos nas Forças Armadas. Cannon era o
diretor e Jim o republicano responsável. No final, já mal se falavam.
Anne terminou o vinho.
─ Não vai me oferecer outro copo? Da Califórnia, não é? Meu Deus,
fazemos um vinho maravilhoso.
Elliott serviu-lhe mais vinho.
─ Mitchell, estamos juntos nisso há muito tempo. Jim e eu lhe devemos
muito. Tem sido muito generoso ao longo dos anos. Mas eu não vou permitir que
isto prejudique Jim, seja de que maneira for. Ele fez sua última campanha. Agora
não tem nada a perder, a não ser o lugar nos livros de história.
─ Compreendo.
─ Não me parece. Se isto vier a público da pior forma, usarei todo o poder e
influência que tenho para me certificar de que é o senhor quem cai. Não vou deixar
que Jim saia prejudicado e, neste momento, não quero saber de você para nada.
Fiz-me entender?
Elliott bebeu o resto do scotch. Não gostava de ouvir um sermão de Anne
Beckwith. Se não fosse a ganância e as inseguranças de Anne, Elliott nunca teria
conseguido estabelecer a sua relação financeira especial com o marido dela. Era
sempre Anne quem ditava as cartas, mesmo quando se tratava de corrupção. Fitou-
a com frieza por um instante, depois assentiu e disse: ─ Sim, Anne, fez-se entender
perfeitamente.
─ Se esta coisa explodir, Jim vai sobreviver. Mas seu projeto antimíssil vai
por água abaixo. Não será construído, ou então o contrato será concedido a uma
empresa menos controvertida. O senhor estará acabado.
─ Eu sei o que está em causa.
─ Ótimo. ─ Levantou-se e pegou o casaco.
Mitchell Elliott permaneceu sentado. ─ Só quero fazer-lhe uma pergunta,
Mitchell. As pessoas que mataram a jornalista foram as mesmas que abateram o
avião?
Elliott olhou para ela, a perplexidade estampada no rosto. ─ De que diabos
está falando?
─ Responde a uma pergunta com outra pergunta. Mau sinal. Boa noite,
querido. Oh, não se levante. Sou apenas a Primeira-Dama. Saio sozinha.

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