Folha de São Paulo - 21.08.2019

(Steven Felgate) #1

aeee


Omotivo, alémdadificulda-
de derecuperação daecono-
miabrasileira,éaaprovação
dereformasqueajudariam
aequilibrarascontas públi-
casdopaís.
OmaisrecenteboletimFo-
cus,divulgado peloBC,proje-
ta oIPCAem 3 , 71 %nesteano
eem 3 , 90 %nopróximo.
Obancopúblicotrabalha
comíndice de 3 , 5 %aoanoaté
2030 ,segundoJair Mahl, vice-
presidentedaCaixa.
Para issoocorrer,ainflação
deve cair paraametade 3 , 50 %
ao anofixada pelo CMN (Con-
selho MonetárioNacional)
em 2022 —atualmenteela é
de 4 , 25 %aoano.
Nacerimônia no Planalto,
opresidenteJairBolsonaro
afirmou que os demaisban-
cosdevem seguir olançamen-
to da Caixa.
“Tem uma iniciativaaqui
que nãovaiser uma impo-
sição.Oueles[demais ban-
cos] vêmatrás ouonúmero
de clientes da Caixa, que es-
tá em 100 milhões,vaiaumen-
taremuito.Oanunciadoago-
raaqui, traduzindo nomeu
linguajar denão entenderde
economia,acho que quem en-
tendia afundouoBrasil, né?”,
brincouopresidente.
Bolsonaro,quecostuma di-
zerque não entendedeeco-
nomia, se disseàvontade em
discursardepoisdas falasde
Guimarãesedopresidentedo
BancoCentral, Roberto Cam-
posNeto,por estarusando
um crachá da Caixa,quega-
nhou do presidentedoban-
copúblico.
Os grandesbancos do pa-
ís, porém, afirmaram ape-
nas que estudamanovamo-
dalidadedecréditoimobili-
ário.Eles aguardavamdeta-
lhesda Caixaparaentão es-
tudaromodelo.
Em nota,oItaúUnibanco
afirmou que“apoiainiciati-
vasque ajudemafomentar o
mercado de créditoimobiliá-
rio”.Eacrescentou que, “em
relação às medidas que estão
sendo discutidas, estudacon-

dições para avaliar qualcami-
nhotrarámais benefícios pa-
ra os clientes”.
OBancodoBrasil diz que
monitoraosmovimentos de
mercado,mas queaté omo-
mento não há definição sobre
oassunto.
OBradescodiz queespera
operaranovalinha,masain-
daavalia ascondições, assim
comooSantander.
AFolhaapurouqueosban-
cosconcorrentes da Caixa de-
vemacompanharaevolução
eaaceitação do novoprodu-
to pelos clientes antes deco-
meçaraofertá-lo.

Banco do Brasil terá


juros menores para
prazos mais curtos

SãoPauloOBancodoBra-
sil anunciou quecobraráju-
rosmais baixos em financia-
mentoimobiliário de clientes
quecontrataremocréditoa
prazos mais curtos.Tradicio-
nalmente,ofinanciamento é
de 30 anos, podendo chegar
a 35 em algumas instituições.
Obancopúblicoanunciou
anovatabelanestaterça-fei-
ra ( 20 ), mesmo dia em que a
Caixa,tambémcontrolada pe-
lo governo,detalhouofinan-
ciamentoimobiliáriocorrigi-
do pela inflação.
NoBB,ataxa de jurode
7 , 99 %mais TR seráofereci-
daaclientes que financiarem
seus imóveis ematé 60 me-
ses(cincoanos). Essataxa é
amesma doSantander,mas
comprazode 35 anos.
Nobanco público, opercen-
tual de juros aumentapro-
gressivamenteconforme o
prazodocrédito, que se es-
tendetambématé 35 anos.
Nessecaso,porém,ojuroé
de 8 , 45 %ano ano.
Os juros dacasa própria es-
tãoemqueda na esteiradare-
duçãodaSelic, que estáem 6 %
ao anoepodeterminar 2019
a 5 %, segundo projeções de
economistas.

mercado


A22 Quarta-Feira, 21 DeagostoDe 2019


ANestlévaianunciarnestaquarta-feira( 21 )umin-
vestimentodeR$ 1 bilhão pelos próximos três anos
nasfábricasdeCaçapavaeAraçatuba, no interior de
SãoPaulo, paraampliaracapacidadedeproduçãode
chocolatesenutriçãoinfantil.Orecurso abrangeain-
daaaplicação de novastecnologiaseaaceleração de
startups.Naocasião,tambémserão anunciadas ini-
ciativas de uma parceria daNestlécomaInvestSP,
agênciade promoção de investimentos do estado.

Linha de produção


PresençaOgovernador do
estado,JoãoDoria,vaipartici-
pardacerimônia do anúncio
do investimento, ao lado dos
presidentes daNestlé global,
Mark Schneider,edaNestlé
Brasil, Marcelo Melchior.

LIsTaDOsDepois queoBNDES
divulgou, na noitedesegunda-
feira( 19 ), os 134 contratos de
financiamentos de jatosaju-
rossubsidiados,alistavirou
assuntoentrealguns dos que
compraramaviões.

neMaÍUm deles disseterre-
ceio de que seunome,como
pessoa física,venhaaser ex-
postopor trás da pessoa jurí-
dicacompradora. Outroviu
no lanceumacartadapolíti-
cadopresidenteBolsonaro
paraatacarLuciano Huck e
JoãoDoria, possíveisconcor-
rentes nas próximas eleições.
Eumterceirodeu de ombros.

TUDOCerTOEmpresários lis-
tados dizemteraconsciência
tranquila de que nenhum de-
lescometeu infração porque
alinha de financiamento foi
apresentada pelo bancoco-
mo uma opçãodoFiname,
que abrangiaoutrasmáqui-
naseequipamentos.

BOnsTeMPOsNasconversas
dos quecompraram jatos, veio
na memóriaaediçãode 2009
dafeiradeaviação Labace, lo-
goapósolançamento dare-
dução dosjuros para as aero-
naves, antecipado pelaFolha.
Naépoca,oanúncio foitrata-
docomo salvação paraasven-
dasdaEmbraer,quevinham
sofrendocomacrise de 2008.

DOCe LeMBrançaALabace
ferveu naquele ano,quan-
dooBNDES liberouataxa
de 4 , 5 %aoano paraaaqui-
sição dos jatos. Noscorre-
dores dafeira,compradores
faziam piada, dizendo que
ataxa paraavião eramais
barataque as decaminhões
eônibus, emtorno de 7 %.

CasaAApex-Brasil (Agência
BrasileiradePromoção de Ex-
portaçõeseInvestimentos)
vaiabrir um escritório den-
trodoedifícioda Fiesp, em
SãoPaulo,nestaquinta( 22 ).

ChOqUeDanos elétricos são
as principais ocorrências do
seguroresidencial, dizaBra-
silseg,daBBSeguros.Foram
9. 283 de janeiroajulho.

DUeLOAbrasileiraAmarq,
consultoria em benefícios,diz
quevaiinstaurar procedimen-
to no Cadeparaapurareven-
tual práticaanticoncorren-
cial pela gigantebritânicade
seguros Aon.Nomeio do im-
bróglio judicial entreasduas,
aúltima decisão determinou
queamultinacional não po-
de, por ora, abordar clientes
daAmarqcomofertas.

gIganTeOs problemascome-
çaramem 2017 ,quandoaAon
comprouaAdmix,portal de
corretores do qualaAmarq
eraparceira, porR$ 1 , 2 bilhão.
Os clientes passaramarecla-
mar da queda de qualidade e
16 delescancelaramcontrato,
segundoadiretora-executiva
da Amarq, MarianaMarques.

gInásTICaParatentarrecu-
peraracarteiradeclientes, a
Aon passouaoferecerbene-
fícios que, emumdoscasos,
chegouacustar mais do que
areceitadocliente, diz Mar-
ques, quecomeçouabatalha.
Em nota,aAon afirma queres-
peitaa“liberdade de escolha
de produtoseserviços pelos
clientes”equeépautada pela
transparênciaepela ética.

newyOrk,newyOrkOFasa-
noconversou sobreaaquisi-
çãodoespaçodorestauran-
te Four Seasons, no número
280 daParkAvenue, em Ma-
nhattan.Pontodeencontro
de empresários há 60 anos, a
casa fechou as portas há dois
meses —poucoapós mudar
de endereçonailha.

esTILOOjornal americano
NewYork Post destacouapos-
sívelatraçãodoFasano no es-
paçopelo design.Olocalfoi
projetado por IsayWeinfeld,
arquitetobrasileiroque as-
sinou empreendimentos da
hoteleiraemSãoPaulo,Rio
ePuntadel Este, no Uruguai.

POnTOPor meio da assessoria
de imprensa,oFasanoconfir-
ma que “houveumaconver-
sa”, mas que “não há nada de
concreto” no momento.

FOrMIgaMicroepequenasin-
dústrias estão crescendo mais
no interior do que na Grande
SãoPaulo,segundo indicador
do Simpi, sindicatodosetor,
edoDatafolha.Naregião me-
tropolitana,ocapital de giro
geradificuldades a 60 %das
empresas; no interior,a 35 %.

comPaulaSoprana

INDICADORES


JoanaCunha
[email protected]
pAINElS.A.


JUROS IMPOSTODE RENDA


CONTRIBUIÇÃO


ÀPREVIDÊNCIA


EMPREGADOS


DOMÉSTICOS


*Oprazoparaempresasvencenodia 20 / 08
e, parapessoasfísicas,venceem 15 / 08

*Oprazoparaopatrãodadoméstica
venceunodia 07 / 08 .Aguiade
pagamento dospatrõesinclui a
contribuiçãoaoINSSdo empregador
edadoméstica, oFGTS,amultapara
ademissãoeosegurocontraacidentes.
AcontribuiçãoaoINSSda doméstica
pode serdescontada deseusalário

Competência julho*

Julho,em%aomês

ConsiderandoopisonacapitaleGrandeSp
Autônomo,empregadorefacultativo
Valor mín. r$ 998 20 %r$ 199 , 60
Valor máx. r$ 5. 839 , 4520 %r$ 1. 167 , 89
MEI(Microempreendedor)
Valor mín. r$ 9985 %r$ 49 , 90

empregado

empregador

97 , 28

243 , 20

De 8 %
a 11 %
20 %

672 , 34

1. 167 , 89

Assalariado
atér$ 1. 751 , 81 8 %
De r$ 1. 751 , 82 atér$ 2. 919 , 729 %
De r$ 2. 919 , 73 atér$ 5. 839 , 45 11 %

Alíquota

Máximo
emR$

Alíquota

Alíquota,
em %

Deduzir,
em R$

Em R$

Mínimo
em R$

até
1. 903 , 98
De 1. 903 , 99
até 2. 826 , 65
De 2. 826 , 66
até 3. 751 , 05
De 3. 751 , 06
até 4. 664 , 68
acima de
4. 664 , 68

142 , 80

354 , 80

636 , 13

869 , 36

isento

Fonte:procon-Sp

MínimoMáximo

Cheque
especial

empréstimo
pessoal

12 , 49

14 , 93

5 , 5

7 , 89

7 , 5

15

22 , 5

27 , 5

BraSíliaeSãoPauloOfinan-
ciamentoimobiliário da Cai-
xacomcontratoscorrigidos
pela inflaçãotemumobjeti-
vo claro: transformarcontra-
tosdecrédito em títulos de dí-
vida que possam ser negoci-
ados nomercado financeiro.
Issoelevariaomontantede
dinheiroqueaCaixa temdis-
ponível paraemprestar,ex-
pandindoomercado de finan-
ciamentoimobiliário.
Asdívidas seriam empaco-
tadas naforma de CRIs (Cer-
tificados deRecebíveis Imobi-
liários)ouLIGs (Letras Imo-
biliárias Garantidas), segun-
do planos da Caixa.
Essesinstrumentos,ambos
isentosdeImpostodeRenda,
já existem, mas há umadifi-
culdade:comocombinarata-
xa de juropagapelo mutuá-
rio,prefixadaecomcorreção
monetária poucorelevante,
comoéaTR, comoretorno
de investimentos acompanha-
dos pelo mercado.
Tradicionalmente as aplica-
ções de longoprazono Brasil
são indexadasàinflação.Por-
tanto, ao atrelaroCRI imobili-
árioaumataxa de juromais o
IPCA,osprazospoderiam ser
maiores,tambémcompatíveis
comotempo queocompra-

dorlevaparaquitaroimóvel.
Naestruturadesenhada pe-
la Caixa,oconsumidor pagará
jurode 2 , 95 %a 4 , 95 %aoano
maisainflação.Jáostítulos
públicosTesouroIPCA+, que
têmamesmaestruturadere-
muneração,pagamatualmen-
te cercade 3 , 5 %aoano.
Como são investimentos
maisarriscados, essas dívi-
das emitidas pela Caixateo-
ricamentedeveriamrender
maisaoinvestidor,porque há
riscodecalote.
NoCRIenaLIG,nãohága-
rantia doFGC(Fundo Garan-
tidorde Créditos).Osegundo
égarantidopelo patrimônio
do banco.
Se ataxa de jurosrealmente
ficar abaixodovalor dorendi-
mentodeumtítulo público,
oinvestidor quetemdinheiro
paracomprar um imóvelpo-
deráfinanciá-loeainda assim
ganhar maiscomaaplicação
no mercado financeiro.
Recentemente,opresiden-
te da Caixa, PedroGuimarães,
estimou que poderáemitir
atéR$ 100 bilhõesempapéis
lastreadoscom financiamen-
tosimobiliários.Noprimei-
ro ano,esse númeroseriade
R$ 10 bilhões.
Cálculosindicam queaCai-

Banco público quer dar


fôlego parainvestimento


em dívida imobiliária


Com indexador aceitopelo mercado, Caixa quer captaraté


r$ 100 bi; demanda de investidorvai depender derendimento


xa poderia dobrar suacartei-
ra de créditohabitacional, dos
atuais R$ 449 bilhões, no pri-
meiro trimestredeste ano,pa-
ra quaseR$ 1 trilhão.
Obancopúblico temamai-
orcarteiradecréditodopa-
ís, bem distantedoBrades-
co,osegundocolocado,com
R$ 61 bilhões.
NosEstados Unidos,omer-
cado de securitização imobili-
áriacausou uma das mais gra-
vescrises financeiras mundi-
ais. Em 2008 ,grandes bancos
foramàlona porteremadqui-
rido títulos podresdehipote-
casamericanas.
Comamudança, aCaixase
alinhaàestratégia dogover-
no dereacenderaeconomia
—indicadordoBancoCen-
tral sugerequeoBrasil está
emrecessãotécnica, apon-
tando dois trimestres segui-
dos de queda do PIB (Produ-
to Interno Bruto).
Aexpansão na ofertadecré-
ditodepende, porém,de mai-
or demanda deconsumido-
res. Por enquanto, omerca-
do financeironão sentefalta
derecursos paraahabitação.
Ademanda pelo novoins-
tr umentodepende, portan-
to,deumarecuperaçãovigo-
rosa daeconomia.

Caixalança crédito
imobiliário com

reajuste pela inflação


Continuação da pág.A21

R$ 100
bilhões
équantoa
Caixa espera
captarcom a
emissão de
dívidasde cré-
ditoimobiliário

R$ 449
bilhões
éotamanho
da carteirade
créditoimobi-
liáriodaCaixa

PedroLadeira/Folhapress

ClaudioReis/FramePhoto/Folhapress
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