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Aceitar significa
parar de resistir ou
dispender energia
ou esforços com
algo que não
pode nem poderá
ser diferente.
É abrir mão da
queda de braço
que travamos
com situações ou
pessoas na vida
que não
nos levarão a
lugar algum
Quantos de nós não seguem em
sua vida, permanecem paralisados,
aprisionados na falta e na dor, não
conseguindo desfrutar o bem-estar
realidade. Estamos presos aí num e a alegria do que têm?
padrão mental adoecido.
E quão complicado parece ser
viver num mundo como se em outro
estivesse; lidar com alguém como se
diferente fosse ou esperar de si mes-
mo coisas que não somos capazes de
realizar. É como estar na vida sem
viver. Uma queda de braço intermi-
nável com modelos idealizados de
per-feição e uma constante negação
da realidade. Uma insistência cons-
tante e cega pela dor.
No passado
S
e já falamos da enorme dor e
desgaste que envolvem a dificul-
dade de aceitar o que é ou se tem,
imagine o agravante de não se con-
seguir aceitar o que foi ou o que ti-
vemos no passado. Uma infância so-
frida, uma vida familiar difícil, uma
criança violentada ou abandonada,
uma situação humilhante vivida no
passado precisam de aceitação para
que deixem de causar tantos danos
IMAGENS: SHUTTERSTOCK E FREEPIKe sofrimentos em nossa vida atual.
Enquanto não aceitamos algo,
não o deixamos ir. Permanecemos
presos àquela dor, escravizados pela
fixação e apego criados e mantemos
aquele passado dolorido vivo dia a
dia dentro de nós.
E só quem pode nos libertar
dessa dura pena somos nós mesmos.
E essa libertação passa por uma mu-
dança de padrão e postura, no sen-
tido de aceitar o que não pode ser
para que se possa conviver em paz
e desfrutando o que é possível em
cada momento ou situação.
No processo terapêutico, mui-
tos se punem ou sentem-se mal
quando notam que ainda não con-
seguem fazer diferente. Quando
notam que não modificaram um
padrão que estão trabalhando para
modificar. Eles têm dificuldade,
inclusive, de aceitar o processo de
mudança tal como é – um processo
que envolve a repetição cada vez
menos frequente do padrão antigo
até sua definitiva transformação
ou extinção.
E tantos são os que se depreciam,
se desanimam, se punem ou até os
que desistem de todo o trabalho
duro que realizaram até ali quando
Suicídio
De acordo com dados recentes, divul-
gados em junho de 2018, a cada 40 se-
gundos alguém no mundo comete o ato
extremo do suicídio. Segundo a Organi-
zação Mundial da Saúde (OMS), o núme-
ro de mortes provocadas por quem tira
a própria vida é significativamente maior
que o daqueles causados por homicí-
dio: 800 mil por ano contra 470 mil. São
mortes prematuras, que na maioria dos
casos poderiam ser evitadas.
O pensamento suicida, em geral, é ge-
rado por alguma dor ou um desconforto
que não são tratados e se agravam a
ponto de a pessoa não ver mais saída
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