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coaching por Júlio Furtado
IMAGENS: 123RF E SHUTTERSTOCK E ACERVO PESSOAL
A AUTOSSABOTAGEM
É UMA DOENÇA DA
ALMA QUE TEM
TRATAMENTO E
CURA, MAS EXIGE
QUE SEJAMOS FIRMES
E INSISTENTES
NA MUDANÇA DE
NOSSOS HÁBITOS
E ATITUDES
Lidar com a
AUTOSSABOTAGEM
P
or mais absurdo que nos possa
parecer, alguns de nós temos
medo de ser feliz. Esse medo
é quase sempre inconsciente,
embora tenha grande influência em
nossas atitudes diante dos desafios e
conquistas ao longo da vida. Se, por
alguma razão consciente ou incons-
ciente, achamos que não merecemos
ser felizes, faremos de tudo para que
essa profecia se realize. Esse medo de-
senvolve um mecanismo ao qual cha-
mamos de autossabotagem. Não são
poucas as pessoas que ao conquista-
rem um ótimo emprego, um relacio-
namento feliz ou a viagem dos sonhos
sabotam as próprias conquistas, não se
permitindo usufruí-las e, pior, fazendo
de tudo para que dê errado pelo sim-
ples medo de ser feliz.
A autossabotagem pode estar pre-
sente em todas as áreas de nossa vida:
RELACIONAL EDUCACIONAL PROlSSIONAL E
até mesmo na saúde. O primeiro pas-
so para que tomemos as rédeas da vida
em nossas mãos é nos conscientizar de
nossos mecanismos de autossabotagem
e do quanto eles prejudicam o alcance
de nossas metas. Nunca ter tempo para
a vida social ou para fazer aquele cur-
so que tanto queremos, pensarmos que
não há mais perspectivas no trabalho
ou mesmo não conseguir fazer um tra-
TAMENTODESAÞDEATÏOlMPODEMSER
indicativos de autossabotagem.
Essa autopunição, em geral, tem ori-
gem na infância e frequentemente é mol-
dada no núcleo familiar, onde adquirimos
nossas primeiras referências e elabora-
mos nossa percepção do mundo pautada
nesses critérios. Se sofremos muitas com-
parações em condições inferiores, por
exemplo, podemos desenvolver o senti-
mento de menos valia, responsável pela
sensação de que não merecemos vencer
ou usufruir dos prazeres do prêmio.
A autossabotagem pode se tornar tão
grave a ponto de provocar transtornos
de ansiedade, cardiopatias, obesidade,
depressão e pensamentos suicidas. Em
seu nível crônico, pode levar a pessoa a
se automutilar, provocando feridas que
simbolizam a punição pelos sucessos e
PRAZERESDAVIDA.OENTANTOlQUEMOS
todos atentos a esse estranho processo,
pois a grande maioria das pessoas sofre
desse mal, em maior ou menor escala.
Quantas vezes temos que fazer algo
importante mas procrastinamos e aca-
bamos não fazendo? Quantas vezes já
iniciamos uma dieta e não conseguimos
LEVÉ
LAATÏOlM1UANTASVEZESNOSVE
mos reféns de relações tóxicas que nós
mesmos buscamos?
Existe uma técnica interessante que
aprendi na Gestalt-terapia que diz que
precisamos perguntar insistentemente
“para quê” fazemos as coisas e não “por
quê”. Quando fazemos a primeira pergun-
ta somos remetidos à utilidade prática da
ação, ao “para quê” me serve fazer isso.
Outra pergunta insistente que devemos
fazer para toda ação autossabotadora é
oque ganhamos com ela. Essa pergunta
parte do princípio de que toda ação man-
tida tem um ganho secundário, subjacen-
te e que na maioria das vezes nos escapa
à consciência imediata.
0 ODEMOS EXEMPLIlCAR ESSA TÏCNI
ca por meio de uma situação prática.
Imagine uma pessoa que foge toda vez
que um relacionamento íntimo começa
AlCARSÏRIO%LAPODETENTARSELIBERTAR
dessa autossabotagem, perguntando-se
É COMUM CRIARMOS OBSTÁCULOS E EMPECILHOS DE
FORMA CONSCIENTE OU INCONSCIENTE QUE ATRAPALHAM
NA HORA DE REALIZAR TAREFAS OU CONQUISTAR OBJETIVOS
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