TRANSTORNO ALIMENTAR
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Considera-se dificuldade alimentar (DA) todo
e qualquer problema que interfere de forma
negativa no processo de suprir alimento ou
nutrientes à criança. Porém tais dificuldades
abrangem uma série de níveis de gravidade
quada introdução dos primeiros
alimentos) e problemas compor-
tamentais. Os autores apresentam
relatos de pesquisa que mostram
a associação entre duração redu-
zida do aleitamento materno e in-
trodução precoce de alimentação
complementar com o desenvolvi-
mento de seletividade alimentar na
infância, além de outros que apon-
tam que crianças amamentadas por,
pelo menos, seis meses apresentam
menor índice de dificuldades com a
adaptação a novos alimentos.
Com relação ao comportamen-
to, mencionam que, apesar de a
maioria das crianças com alterações
alimentares apresentar mais de uma
causa subjacente, se destaca a frequ-
ência dos fatores comportamentais,
presentes em cerca de 80% dos ca-
sos. Inclui-se como fator compor-
tamental a presença de uma prática
alimentar anormal e intrusiva dos
pais/cuidadores (fator mais impor-
tante) (Maranhão et al., 2017). Bus-
cando auxiliar o entendimento das
diferentes dificuldades alimentares,
Kerzner e colaboradores (2015)
propõem uma classificação baseada
em sete perfis.
Má interpretação dos pais
- Nessa categoria encontram-se IMAGENS: SHUTTERSTOCK
negativa no processo de suprir
alimento ou nutrientes à criança.
Porém tais dificuldades abrangem
uma série de níveis de gravidade,
que incluem: crianças “muito exi-
gentes” com a comida, casos mais
sérios de seletividade alimentar (tí-
picos em crianças autistas) e crian-
ças com transtorno alimentar res-
tritivo evitativo (Almeida, 2012).
Dentre os aspectos associados
ao desenvolvimento dos proble-
mas com a alimentação, Maranhão
e colaboradores (2017) enfatizam
alguns pontos principais: dificul-
dades precoces com alimentação
(falha na amamentação e inade-
FATORES DE RISCO PARA
UMA DIFICULDADE ALIMENTAR
PARA SABER MAIS
P
redisposição genética; restrição do crescimento intrauterino, prematuros,
baixo peso ao nascer; ausência de aleitamento materno nos primeiros
meses; dificuldades alimentares muito precoces (cólicas, vômitos, alimen-
tação prolongada, dificuldade na sucção); introdução tardia dos sólidos para
além dos 9 meses; práticas de desmame inadequadas; práticas alimentares
inadequadas (pouca variação de alimentos na dieta, poucos alimentos novos
apresentados e refeição desestruturada; história de doença médica prévia
(doenças neurológicas, doen-
ça orgânica crônica, anoma-
lias craniofaciais e síndromes
genéticas); distúrbio do sono;
conflito entre a criança e o
cuidador durante a refeição;
história materna de ansieda-
de, problemas alimentares e
preocupação com a imagem
corporal. Fonte: Green et al
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em um grupo de mães, em consultórios pediátricos, psicólogos ou nutricionistas
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