Brizola reagiu e falou: "Não importa que muitos digam não haver mais condições para a luta.
Se há oficiais que discordam da resistência, haverá, junto de cada um, sargentos que darão cabo
deles. Os que reagirem serão eliminados sem vacilação. Comissionaremos sargentos em todos os
postos!"
O general Floriano Machado redargüiu: "O que o dr. Brizola prega é a guerra civil, o
assassinato de irmãos, o morticínio da população indefesa, a desordem generalizada, a anarquia
e a chacina!"
tango decidiu-se: iria embora. Diria depois: "Resolvi, pelo conhecimento real da situação
militar, não consentir no massacre do povo".
Brizola ficou sozinho ruminando imprecações. Ameaçou o general Floriano: "Um dia
haveremos de nos encontrarem trincheiras opostas." E obteve como resposta: "Não acredito no
que dizem." Quando lhe perguntaram se também iria embora, redargüiu o ex-governador do Rio
Grande do Sul: "Não me chamo Goulart." Mas foi também...
- de uma entrevista concedida por Leonel Brizola, em 27 de setembro de 1979, à TV Guaíba, em
Porto Alegre:
Nessa ocasião confirma ter enviado correligionários seus a Havana para ali serem adestrados em
guerrilhas.
Ante a pergunta se era verdade que tinha recebido do governo comunista de Cuba vultoso
auxílio econômico para empregar na subversão, no Brasil, admitiu ser insignificante este auxílio,
recusando-se a estender-se sobre o assunto.
Consta, entretanto, de informações divulgadas nas Forças Armadas e em outros setores, que a
quantia recebida atingia a centenas de milhares de dólares, dos quais metade foi entregue ao ex-
cassado Darcy Ribeiro.
Soube, ainda naquele dia do telefonema do ministro Falcão (20 de setembro), que agitada
reunião tivera lugar no Ministério da justiça, dela participando o ministro e os procuradores-gerais
da República e da Justiça Militar. O tema foi: situação de Leonel Brizola perante a justiça.
Admito, pelo informes que me deram, não ter sido muito sereno este encontro de juristas, em
busca, talvez, de uma fórmula para transformar um agitador socialista em pacata vítima do
radicalismo de direita, de modo a dar suporte à ordem presidencial de permitir o seu regresso.
Como era habitual, por ser terça-feira, compareci nesse dia 20 de setembro ao despacho no
palácio do Planalto. A parte administrativa transcorreu sem qualquer discordância; passamos rápido
aos problemas conjunturais. Disse-me o presidente:
- O Brizola vem aí! Já dei ordem ao Armando Falcão para escolher um lugar, assim como