a política socializante, de fundo marxista, esposada carinhosamente por integrantes do governo
Geisel, a qual também aclamavam.
De outra maneira não se compreende que, três anos após a minha demissão, continuem a
cascatear nos jornais e revistas alusões ao "golpe fracassado" e à truculência do general Frota, numa
agressividade mais própria de inimigos do que de profissionais incumbidos de divulgar serenamente
as ocorrências de uma época.
Qualquer fato - acontecimento dos mais simples que seja - encontra, logo, na acidulada pena de
certos jornalistas e de colaboradores dos jornais, uma correlação com o procedimento e atitudes do
general Frota, escrita muitas vezes em linguagem pobre de argumentos, mas rica de inverdades e
deboches. Representam-me como um militar atrabiliário, obscurantista, fascista e socialmente
intratável, dando em todas as oportunidades cores vivas a esta imagem, na tônica de desmoralizar-
me.
Um jornalista, dos mais conceituados, ligado a um ex-ministro socialista, com quem geralmente
passava, em Brasília, os fins de semana, tem sido incansável nesse mister. De quando em quando, lá
vem uma estocada!
Em 20 de março de 1978, comentando na sua coluna o procedimento das autoridades
paranaenses, em Curitiba, que considerou violento e inexplicável, foi buscar, sem nenhum laço
correlativo, seu tema obsessivo:
Trata-se de uma operação tipo Sylvio Frota, que pretendeu vincular a continuidade do regime à
seqüência de operações repressivas. Não se esqueçam de que ele denunciou o Presidente da
República e o governo de modo geral como cúmplices do que para ele é a gradativa
comunização do Brasil.
Dois anos depois desse artigo, numa obsessão doentia, aborda mais uma vez o seu assunto
predileto, ao tratar de atentados terroristas, escrevendo a 31 de julho de 1980: "Mas sem reduzir a
gravidade do fenômeno convenhamos que já não são essas ações de gravidade igual às pressões que
se traduziam em documentos tão obscurantistas quanto a proclamação do general Sylvio Frota ao ser
destituído do Ministério do Exército."
Outras impertinências do mesmo autor, que gotejam vez por outra, poderiam ser apresentadas
para realçar o sentido hostil - o que surpreende num homem considerado íntegro no julgar - do uso
reincidente destas alusões salpicadas, não raro, de termos de acepção depreciativa, pelo menos do
meu ponto de vista.
Não pretendo refutar novamente, aqui - o que já foi exaustivamente feito em capítulos anteriores
deste livro - essas imputações, todavia, desejo recordar algo de importante do que aludi, visando a
reavivar a memória dos leitores.