arquivos e são, por isso, dignas de crédito.
Permito-me alguns comentários sobre esta degradante ocorrência.Ordem superior de quem?O Secretário de Segurança Pública era um general da ativa, e, por mais indiferente que fosse às
honra e dignidade militar, não gostaria de ver o nome de um general-de-exército, ex-ministro, que
fora seu antigo chefe, incluído na lista de subversivos e terroristas.
Não julgo, pois, que a ordem tenha partido dele; mas se na realidade a deu, esse general não
possui sensibilidade moral nem espírito de classe, a qual, infelizmente, ajudou a desprestigiar.
Se o alto funcionário elaborou espontaneamente a ficha, sem ligar-se ao seu chefe, a questão
toma aspectos mais graves. Ou desprezava a autoridade do Secretário de Segurança ou acreditava
estar agindo dentro de sua orientação. Apesar disso, o simples exame destas duas hipóteses não o
afeta muito; no entanto, conduz a apreciações bastante pejorativas para o general secretário.
Afloram no exame desse lamentável episódio o descaso, a irreverência e a hostilidade com que
os militares são tratados, no momento, por parcelas apreciáveis da população. São frutos sazonados
de uma nefasta e não combatida propaganda esquerdista, objetivando não somente a desmoralizar-
nos como, principalmente, à nossa instituição. Qualquer pasquim, em nome de uma falsa liberdade de
imprensa, divulga, pela pena irresponsável do mais anônimo e bisonho de seus "focas";
invencionices e injúrias que procuram, em última análise, desacreditar o Exército perante a Nação.
Foi preciso que houvesse uma revolução, feita por militares, para que tais coisas acontecessem.
A baixeza dos homens do governo atingiu alturas estratosféricas, o que não deixa de ser um
paradoxo: baixezas altas.
Os oficiais meus amigos que mantiveram atitude militar digna e disciplinada, não seguindo,
portanto, o exemplo dos membros do Alto Comando que, em 1977, homiziaram-se no palácio do
Planalto, fugindo à convocação ministerial, foram, sob um pretexto qualquer, transferidos.
Felizmente, nenhum deles, pelo que soube, ficou confinado numa área - à semelhança russa - como
ficaram os assistentes do general Hugo Abreu.3
Oficiais-generais de destacado valor profissional, apenas por estarem ligados ao ex-ministro
Frota, foram preteridos em suas promoções.
O general-de-divisão Luiz Serff Sellmann, um dos pioneiros da Revolução de 1964 na fronteira
do Sul, que com Amerino Raposo e outros dominaram a situação na 2e Divisão de Cavalaria - em
Uruguaiana -, grande soldado e nobre cidadão, contra o qual nada se podia dizer, foi ultrapassado,
ficando em todos a lógica impressão de que fora afastado para abrir vagas aos eleitos do presidente.
O general-de-brigada Adyr Fiuza de Castro, meu devotado amigo, foi ultrapassado na lista do