essa informação, porém, sei com absoluta certeza que fez declaração idêntica a um coronel de
Infantaria, da ativa.)
- O senhor acha, general, que pode continuar com a abertura nas condições da atual conjuntura?
Que diz o senhor desses ataques pela imprensa e no Congresso? - Se continuar assim eu FECHO ESSA..., foi a resposta, seguida de uma indagação. Você está
tratando com o Frota da criação de uma terceira força para derrubar a minha candidatura? - Não, general, ninguém pode derrubar a sua candidatura. O general Euler não tem condições -
quer militares quer políticas - para vencê-lo. Eu e o general Frota não estamos preocupados com a
sucessão, estamos muito preocupados, isto sim, com o destino do país. Falam que sou radical.
Realmente o sou na defesa de nossos princípios, dos princípios democráticos que sustentam nossa
filosofia de vida. Achamos que há uma grande massa que não concorda com o senhor nem com o
general Euler, e que esta massa precisa unir-se para resistir à ameaça de destruição. O general Frota,
como militar, discorda do comportamento do Exército, imiscuindo-se na política partidária.
Discorda, também, da parcialidade dos chefes militares que fazem declarações públicas. Ele lamenta
o crescente desprestígio do Exército, no seio da população, por esses fatos. Está preocupado com o
desgaste do Exército, com a cisão que essas atitudes podem causar, com os lucros esquerdistas no
choque entre militares, com os destinos do Brasil e não com a sucessão.
Nada mais de interessante contou-me Barbieri, tendo a audiência terminado em ambiente cordial.
Depois que Carlo Barbieri retirou-se de minha casa, fiz minuciosa reconstituição deste histórico
encontro, absolutamente fiel ao seu sentido e às frases proferidas, mantendo sempre que possível os
vocábulos, somente evitando aqueles que, por incompatíveis com a austeridade - caso da resposta ao
Congresso -, foram alijados.