estudos e acenassem com garantido futuro.
Seriam aventureiros em qualquer setor profissional, pois faltavam-lhes a crença e o devotamento
que definem o idealista.
Foram eles os vanguardeiros das legiões de aproveitadores que invadiram todas as áreas de
atividades nacionais em busca de prestígio e ganho fácil. Encontramolos nos comícios de "pelegos ,
nas reuniões estudantis, nas greves de operários e nas conferências antidemocráticas. Eram os
mesmos nacionalistas "vermelhos" que infestaram o Clube Militar e agitaram o país com a campanha
do "petróleo é nosso" que voltavam com as faixas da reforma agrária e outras, agora ardorosos
janguistas, lutando contra a espoliação estrangeira.
A construção de Brasília e a sua ocupação abriram os cofres públicos às vantagens de toda
espécie. Ajudas de custo triplicadas, residências asseguradas, mordomias, passagens gratuitas,
doações e prédios construídos ou mandados construir pelo governo, cedidos por preços mínimos a
funcionários federais, sob condição de inalienabilidade, visando a favorecer a fixação do homem no
planalto, negociados pouco depois, mui vantajosamente, com autorização do próprio governo,
levaram muitos juscelinistas ao exagero de anunciarem aquela cidade como o novo Eldorado.
Todavia, os exemplos dessa comunidade fátua - prenhe de autoridade e ambiciosa, de conceitos
lassos e peculiares sobre o que era ou não corruptível, freqüentadora de festas e banquetes e
tolerante com o jogo - foram nefastos a certa parte da oficialidade, justamente aquela que de militar
só possuía a farda. Entorpeceram-se os sentimentos idealistas e aumentaram os adeptos da tese de
Epicuro de que onde existe prazer não há dor, hoje, de certo modo, aceita oficialmente na versão do
pragmatismo responsável de que só é verdade o que é útil.
Brasília, sob muitos aspectos foi a Cápua2 do Exército Brasileiro. Suas delícias, como as da
cidade romana, criaram o gosto pelo supérfluo, corroendo a fibra moral do soldado e seus
sentimentos idealistas. Fortaleceram-se então os marxistas, não somente pela fraqueza dos chefes
militares - irresolutos e inebriados com as posições de mando e o gozo de vantagens materiais -
como pelo apoio de numerosos trânsfugas, que abandonaram a Democracia em busca dos decantados
benefícios do socialismo.
O golpe militar, em 1964, já tardava, quando as tropas mineiras desencadearamno com a marcha
sobre o Rio de Janeiro. Foi uma reação quase unânime do povo e das Forças Armadas para a
restauração da ordem democrática, expurgando do poder aqueles que traíam a Nação, identificados
como paladinos do materialismo.
O estopim de Minas Gerais produziu o incêndio que se alastrou por todo o Brasil.
O movimento militar vitorioso, conhecido por Revolução Redentora, pelos aspectos complexos e
paradoxais que apresenta, deve ser submetido a severa análise para que possa ser corretamente
definido. Esteve a ponto de ser absorvido pela balbúrdia que predominou em seus primeiros dias -