Quatro Rodas -Edição 739 (2020-11)

(Antfer) #1

teste | mercedes-amg a 45 s


32 quatro rodas novembro


A) do seletor de marcha, foram total-
mente redesenhadas. E talvez você
nem perceba isso. Mas não se culpe: a
central multimídia MBUX realmente
é o centro das atenções com a grande
tela que se estende do quadro de ins-
trumentos digital. É até difícil notar
outras coisas, como a colorida ilumi-
nação por todos os lados da cabine.
Quem já esteve a bordo da linha-
gem anterior da marca deve se lem-
brar da dificuldade para comandar o
sistema de entretenimento – que não
tinha sequer tela sensível ao toque
e era bem confuso. Por outro lado, o
novo conjunto é familiar a qualquer
pessoa que leve um smartphone no
bolso e tem até comandos por voz. E,
agora, de tão eficiente, basta dizer o
nome da marca em voz alta para ser
interrompido pela assistente virtual
(e, sim, isso pode ser bem chato).

ajustes para drift Tudo bem que a
ideia de um hatch anabolizado pode
fazer alguns potenciais compradores
torcerem o nariz. Mas não dá para
esquecer as vantagens disso: nin-
guém terá que fazer contorcionismos
para entrar na cabine e quem sentar
na segunda fileira poderá até abrir as
portas sem atrapalhar ninguém. Tudo
bem que, atrás, não há tanto espaço
para as pernas, o túnel central é ele-
vado e o assento é curto. Ainda assim,
já é melhor que em qualquer cupê (e,
no caso do Porsche 718 Cayman S,
nem existe uma segunda fileira).
Além disso, há detalhes que não

saltam aos olhos logo de cara, mas
que facilitam a vida. A frente ras-
pa com certa facilidade, mas não é
nada difícil manobrar o carro no dia
a dia graças à boa área envidraçada
e à posição de dirigir relativamente
alta – considerando o universo dos
esportivos. E o porta-malas de 355
litros supera o do Jeep Renegade, lí-
der de vendas entre os SUVs, que tem
somente 320 litros.
Claro que racionalidade não é (o
único) argumento para convencer o
comprador do novo Mercedes-AMG
A 45 S. Se o motor 2.0 turbo da gera-
ção anterior já impressionava com
360 cv de potência e 45,9 kgfm de
torque, agora está ainda mais absur-
do: são 421 cv e 51 kgfm, respectiva-
mente. Também faz parte do pacote o
sistema de tração integral e o câmbio
automatizado de oito marchas com
dupla embreagem banhada a óleo.
Mais que simplesmente números
na ficha técnica, o pequeno espor-
tivo é feito de emoções e tem até di-
ferentes personalidades. Isso porque
há novos comandos giratórios com
pequenas telas digitais no volante
que permitem selecionar diferentes
parâmetros do carro, como rigidez
da suspensão e respostas do conjun-
to mecânico. Surpreendentemente
(para um Mercedes), há uma opção –
nada racional – só para drift.
É importante dizer que, no dia a
dia, caso você prefira andar tranqui-
lamente no trânsito, basta selecionar
as configurações mansas e aproveitar

o passeio como faria no Classe A civi-
lizado. Isso porque, apesar de todas
as credenciais que já foram citadas, o
hatch AMG não é daqueles modelos
que reagem agressivamente a qual-
quer toque no acelerador e que sobem
as rotações até o limite. Quer dizer...
apenas se você quiser.
Com o temperamento mais agres-
sivo selecionado, o hatch alemão
incorpora o espírito dos irmãos maio-
res, com uma sensibilidade muito
mais afiada da suspensão e do mo-
tor. Para ter ideia, o modelo precisou
de apenas 4,2 segundos para chegar
aos 100 km/h na nossa pista de tes-
tes. E, mesmo em velocidades mais
elevadas, o AMG A 45 S faz com que
o motorista se sinta como piloto pro-
fissional, ainda que esteja longe dis-
so – para esses casos, tudo segue sob
controle graças ao excelente acerto
dinâmico do carro e também às as-
sistências eletrônicas absolutamente
discretas, que zelam para que a con-
dução se mantenha em segurança.
Se a geração anterior já merecia
elogios pela diversão acessível (em
termos de habilidade, que fique bem
claro), o novato eleva a experiência a
outro patamar. E pode parecer difícil
imaginar o 718 Cayman S como única
opção na garagem de alguém, mas o
AMG A 45 S é um excelente candidato
à vaga. De esportivo brutal, brinque-
do para derrapagens e hatch capaz de
fazer 9,6 km/l na cidade e 14,5 km/l
na estrada, esse alemão é surpreen-
dentemente versátil. Que bom!

mudanças no visual
são relativamente
discretas em relação
à versão civilizada

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