Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

  • Variável preditora: o resultado do teste. Embora seja mais simples


pensar sobre os resultados de um teste diagnóstico como positivos ou
negativos, muitos testes têm resultados categóricos, ordinais ou
contínuos. Para tirar vantagem de todas as informações que o teste
oferece, deve-se geralmente relatar os resultados na forma ordinal ou
contínua, em vez de dicotomizar em “normal ou anormal”. A maioria
dos testes é mais indicativa de doença se o resultado for muito anormal
do que se for apenas levemente anormal, e a maioria possui uma faixa
de valores na qual não fornecem muita informação.


  • Variável de desfecho: a doença (ou seu desfecho). A variável de


desfecho em um estudo sobre um teste diagnóstico é a presença ou
ausência da doença, mais bem determinada a partir de um padrão-ouro.
Sempre que possível, deve-se garantir que a avaliação do desfecho não
seja influenciada pelos resultados do teste diagnóstico que está sendo
estudado. A melhor forma de se fazer isso é cegando aqueles que irão
aplicar o padrão-ouro de forma que não saibam os resultados do teste
que está sendo avaliado.
Às vezes, especialmente para testes de rastreamento, a aplicação
uniforme do padrão-ouro não é ética ou factível. Por exemplo, Smith-
Bindman e colaboradores (5) estudaram a acurácia da mamografia de
acordo com características do radiologista que fazia a interpretação.
Recomendou-se às mulheres com resultado positivo na mamografia que
fizessem testes adicionais, eventualmente chegando ao “padrão-ouro”
da avaliação pelo patologista. No entanto, não parecia sensato exigir
biópsia de mulheres com mamografia negativa. Então, para avaliar se
essas mulheres tinham falso-negativos na mamografia, os autores
fizeram linkagem dos resultados das mamografias com registros locais
de câncer e consideraram a ocorrência ou não do diagnóstico de câncer
de mama no ano subsequente como padrão-ouro. Essa solução
pressupõe que todos os casos de câncer de mama existentes no
momento da mamografia seriam diagnosticados no período de um ano,
e que todos os tumores diagnosticados no período de um ano existiam
no momento da mamografia. Medir o padrão-ouro de forma diferente
dependendo do resultado do teste introduz um potencial de viés,
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