Newsletter Banco Central (2021-03-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Meio & Mensagem/São Paulo - Entrevista
terça-feira, 9 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Bolsa de Valores

é muito pink washing?
Suzanne Powers — Lembro que quando colocamos a
estátua, no meio de uma noite muito fria, estava tão
nervosa que ninguém fosse vê-la, que perguntei a meus
filhos se depois da escola iriam e levariam uns amigos,
porque gostaria de ouvir o que achavam, que atitudes a
estátua despertava. À tarde, eles não conseguiam
chegar perto, porque estava lotado. Foi uma resposta
imediata, realmente capturou corações e mentes, num
momento culturalmente tenso. Quatro anos depois, diria
que as mulheres têm muito mais voz, mesmo num ano
tão desafiador como foi o último. Temos visto mulheres
na cultura, na política, nos negócios tendo uma voz
mais igualitária nas decisões e estão mais corajosas.
Não podemos dizer que isso tudo foi por causa da
Fearless Girl, mas tem havido progresso na sociedade.
Olho para meus pares na indústria e há mais de nós,
mulheres. Em nossa agência no Brasil, WMcCann, 52%
da equipe é de mulheres, 45% da liderança é feminina,
isso é muito diferente de alguns anos atrás. Fizemos
progressos. Ainda temos muito o que fazer, mas sinto
que posso ter conversas muito abertas com qualquer
um, homens, mulheres, numa posição de confiança e
força. E vejo isso em minhas colegas líderes e nas
jovens, o que é ainda mais importante. Tenho muitas
pessoas no meu time que estão apenas começando em
nosso negócio. E são mais criativas, mais ousadas, não
demonstram timidez sobre suas opiniões e isso é ótimo.
Quando comecei, não era assim.


M&M — Qual é a importância de termos, pela primeira
vez, mais mulheres como presidentes de júri no Cannes
Lions?
Suzanne — Da última vez em que estive em Cannes,
estava no júri de Effectiveness e foi o mais diverso e
interessante no qual estive. Cannes tem trabalhado duro
para ter diversidade nos júris, do ponto de vista dos
seres humanos, mas também em áreas de negócios.
Temos envolvido consultorias, mídia, clientes, empresas
de tecnologia. Mulheres tomando-se presidentes de júris
nos fará continuar empurrando mais e mais adiante
essa perspectiva de diversidade. Nas salas de júri,
estamos criando um diálogo muito aberto e focado no
trabalho. Não digo que não acontecia antes, mas


vivemos tempos em que as mulheres começaram a ter
uma liderança mais aberta, ouvimos umas às outras e
estamos construindo idéias.

M&M — Qual é sua expectativa para liderar um júri
nesta edição que ainda acontecerá sob os efeitos da
pandemia?
Suzanne — Tenho pensado bastante sobre o que será
dar o pontapé inicial num júri como esse. Creative
Strategy é uma categoria que existe há apenas um ano,
será nossa segunda vez e particularmente importante
neste momento. Creative Strategy diz respeito a aplicar
a criatividade para resolver problemas. Seja para uma
questão de negócios, social ou cultural. Estou muito
empolgada porque se pensar em 2020, caramba,
tivemos tantos problemas para resolvei; como indústria,
profissionais, seres humanos. Agora, para o júri e
experiência de Cannes você deve ter percebido que
ganhamos alguns presentes desta pandemia, como
trabalhar virtualmente. Isso criou uma voz muito mais
igualitária. Trabalho de forma fluida com pessoas de
qualquer parte do mundo e área de conhecimento. Isso
não aconteceria sem uma plataforma virtual.

M&M — Quais os maiores desafios criativos e de
negócio trazidos pela Covid-19?
Suzanne — Há desafios óbvios da falta de presença
física; como produzir trabalhos, e tenho ficado surpresa
sobre quão criativas muitas companhias têm sido para
resolver isso, usando diferentes tipos de comunicações
e marketing, criando coisas para gravações de um filme,
animações. A tecnologia disparou como um foguete.
Antes, havia o processo de quase um ano entre ideia e
desenvolvimento, e veríamos o papel que a tecnologia
poderia ter ali, agora é tudo uma grande e maravilhosa
confusão, porque você trabalha para resolver problemas
e tem tudo à disposição: dados, analytics, tecnologia.
Tem habilidades criativas, várias formas de
desenvolvimento estratégico. Temos alguns dos
maiores desafios que já encaramos no mundo: crise de
saúde, de saúde mental, econômica. Durante toda a
pandemia temos feito pesquisas em 30 mercados; dez
ondas de estudos proprietários sobre Covid e cultura,
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