Melhor - Gestão de Pessoas - Edição 378 (2019-06)

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REVISTA MELHOR 35

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no emprego e trabalho com as condições econômicas
desfavoráveis, também é outro fator que afeta as políti-
cas de atração e desenvolvimento de talentos.
Mais alguns itens na lista de Costa Leite: a imple-
mentação da sociedade do conhecimento, redese-
nhando a natureza, a qualidade e a quantidade de mão
de obra produtiva/competitiva, cabendo a RH o dese-
nho do reskilling necessário; as inovações na estrutu-
ra produtiva da sociedade com reformulação das rela-
ções de trabalho e emprego, o que se apresenta, talvez,
como o grande desafio para RH; e o crescimento do
perfil conservador das lideranças globais, “reduzindo
as dimensões sociais em suas propostas de governan-
ça, propondo um novo contrato social, com menos
práticas de bem-estar coletivo e atribuindo novas res-
ponsabilidades ao indivíduo”, diz.
E, sim, é sempre bom lembrar que todos esses itens
estão interligados no mundo contemporâneo, produ-
zindo uma complexidade no cenário organizacional
que, de acordo com Costa Leite, “gera interdependên-
cias vivas e no qual o fator humano deve ser considera-
do em todas as situações de estratégia, planejamento,
decisão e controle.”
Nesse admirável mundo contemporâneo e digital, as
empresas mais antenadas com as mudanças vão exi-
gir do RH (e algumas já o fazem) uma reconceitua-
ção de seu papel. “Não se trata de ‘fazer’ o digital, mas
de ‘pensar’ digitalmente por meio de novos modelos
mentais. A fluência digital, portanto, é requisito para
o profissionalismo. O RH não pode perder o bonde
nessa travessia. Como trabalha com cultura, precisa
influenciar nesse sentido. Não basta ter fluência, mas
sim influência”, diz Costa Leite.


dNA dA EMP rESA

Cultura. Se há um tema que foi ganhando mais e
mais destaque nos últimos anos, é esse. Para Sergio
Povoa, Chief Human Resources Officer da OLX, trata-
-se do fator mais importante para garantir que a em-
presa cresça e escale de maneira rápida e sem tanto
ruído. Ou seja, o “DNA” da companhia, quando bem
comunicado, facilita a construção de uma organização
com pessoas diferentes, mas conectadas com o mesmo
propósito e valores, combinação fundamental para o
atingimento de resultados diferenciados e rápidos.
Aliás, a necessidade de criar um ambiente diver-
so e de alta performance para ajudar as empresas
a serem mais competitivas e diferenciadas também
vem ganhando força recentemente. E com isso, diz
Povoa, passou-se a falar mais de cultura e compor-
tamento humano. “A gestão moderna pede um RH
mais inovador, transparente, uma liderança mais
participativa e um protagonismo maior por parte
dos funcionários. As práticas e valores de RH tam-
bém precisaram se reinventar. Temas como feed-
back contínuo, avaliação de potencial, colaboração
entre áreas, intraempreendedorismo, estruturas
menos hierárquicas e processos mais f lexíveis são
cada vez mais abordados”, diz. “A necessidade de ser
data driven [orientado por dados] trouxe maior as-
sertividade, imparcialidade e agilidade. E, por meio
da Inteligência Artificial, dados dos mais diversos
são coletados, cruzados, analisados e usados para a
tomada de decisões estratégicas como, por exemplo,
a escolha de benefícios f lexíveis, planejamento su-
cessório, gestão de talentos, aumento ou diminuição

Povoa, da OLX:
necessidade de criar
um ambiente diverso e
de alta performance
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