Banco Central do Brasil
Revista Meio & Mensagem/Nacional - Noticias
sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Banco Central - Perfil 2 - Reforma Administrativa
para o efeito extraordinário de diminuir a extrema
pobreza. Aí vamos às nuances. O País gasta com
previdência e servidores públicos R$ 1,1 trilhão. Ao
todo, o Auxílio Brasil custará R$ 60 bilhões, R$ 65
bilhões. Então, não é o Bolsa Família que destruirá as
contas públicas. Os subsídios que o País pratica, para
vários setores, somam R$ 350 bilhões. Custam caro,
não produzem efeitos na economia e são seis Bolsa
Família. Estudos sérios sugerem que a desoneração da
folha não gerou um emprego a mais. O problema da
assistência aos mais pobres no Brasil é de escolhas
malsucedidas no passado e não de falta de dinheiro.
Não que seja fácil resolver. Não deixará de pagar
previdência para quem teve direito. Os servidores
públicos idem. Mas a falta de termos avançado nessas
reformas torna mais difícil. Mecanismos de ajustes de
despesas discricionárias, programa mais agressivo de
cortes de subsídios ainda em 2022, redução das
emendas parlamentares permitiriam financiar esse
programa novo sem recorrer ao estouro do teto. A
reforma tributária, do IR, que financiaria o programa
também não é consistente com os fatos, porque abriria
mão de arrecadação num momento que o País está
superendividado. Os argumentos me parecem um
pouco complexos. Dá para fazer um programa social
robusto sem arrebentar as contas públicas. Não são os
pobres certamente que estão destruindo o orçamento
das contas públicas.
M&M - Diante de tudo que você falou sobre
2022, a que as empresas, em geral, devem ficar mais
atentas para se proteger ou ainda buscar crescer de
alguma forma?
Fernando - O Brasil é um país que vive
crises nas últimas cinco décadas. Os empresários estão
super habituados a ambientes de crise, volatilidade e
incerteza. Não é um PIB que dá orgulho, quando se fala
em 1%, mas haverá inúmeras oportunidades de
negócio. No universo do marketing, certamente,
também. Tem uma nova economia nessa transformação
digital, com oportunidades extraordinárias. Inúmeras
empresas estão crescendo dois dígitos, porque estão
sabendo capturar essas oportunidades da digitalização.
Tem um universo de investimentos na economia verde
absolutamente promissor. Tanto do ponto de vista de
propósito, quanto do ponto de vista lucrativo mesmo. As
empresas precisam ter cautela no seu planejamento
orçamentário, com a volatilidade no preço de ativos,
tomar cuidado com os juros, com vencimentos muito
grandes de dívidas, ter atenção à taxa de câmbio. O
mundo dos CFOs, em 2022, será bem difícil. Agora, o
dos CEOs, das estratégias... o empresário brasileiro é
um sobrevivente.
É um empreendedor por natureza e não
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