Prato Sujo - Como a indústria manipula os alimentos para viciar você! ( PDFDrive )

(Ruy Abreu) #1

em janeiro deste ano o cultivo do milho geneticamente modificado, e entrou para
a lista de países que também baniram essa variedade de suas terras: França e
Alemanha, que são os maiores opositores do uso de transgênicos, Áustria,
Hungria, Luxemburgo, Grécia, Itália e Bulgária. Alguns países permitem apenas
a importação de transgênicos para o processamento – mas não o cultivo.
O crescimento do número de proibições e restrições ao plantio de OGMs e a
forte oposição da opinião pública a eles levou tanto a Monsanto quanto a Basf a
anunciar que não vão mais tentar aprovar leis favoráveis na Europa. Em 2012, a
Basf fechou três laboratórios de biotecnologia na região e transferiu seu centro
de pesquisas nessa área para os Estados Unidos, onde os transgênicos são
liberados.
No Brasil, em 1990, Estados da Região Sul produziam soja transgênica vinda
da Argentina, onde a variedade já era permitida. Em 1995, uma medida
provisória autorizou formalmente o cultivo e o comércio – e em 1998, o Instituto
de Defesa do Consumidor conseguiu a proibição dos organismos modificados.
Até que, em 2003, o embargo foi derrubado e, em 2005, os transgênicos foram
liberados e regulamentados pela Lei de Biossegurança. Hoje, o país perde apenas
para os Estados Unidos em extensão de terras com plantações de OGMs, com a
soja na ponta do ranking.
Não são apenas os consumidores e os governos que têm opiniões divididas
quando o assunto são os transgênicos. A comunidade científica também. Uma
pesquisa recente feita na Universidade de Caen, na França, indicou que ratos
alimentados com milho geneticamente modificado ou com o grão misturado com
herbicida em níveis considerados seguros desenvolveram tumores do tamanho
de uma bola de pingue-pongue e tiveram graves danos no fígado e nos rins.
Além disso, 50% dos machos e 70% das fêmeas morreram prematuramente. No
outro grupo, que não teve contato com os transgênicos nem com o herbicida, os
números foram de 20% e 30%, respectivamente. O estudo durou dois anos – os
testes para aprovar os transgênicos se estendem, em média, por apenas três
meses. Como os primeiros tumores nos ratos apareceram entre o quarto e o
sétimo mês de consumo, os cientistas franceses defendem a ampliação do prazo
de pesquisas antes de liberar um produto no mercado.


Depois da publicação do estudo, o órgão que atesta a segurança dos alimentos
consumidos na Europa, o European Food Safety Authority, se pronunciou
contra, alegando que ele é inconclusivo na hora de estabelecer relações diretas
entre a saúde dos ratos e o milho transgênico ou o herbicida. Cientistas que

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