As irmãs telefonaram-lhe várias vezes depois do jantar, mas as chamadas continuavam a ir
parar à caixa de correio de Candy. Era óbvio que estava desligado. Sabrina desejou ter
pedido o número do telefone de Marcello, mas não o fizera, só sabia a morada e não
podia aparecer lá para lhe perguntar onde estava a irmã. Candy ficaria fula. Pelo menos,
Marcello morava num bom bairro, se é que isso queria dizer alguma coisa. A meia-noite
ainda não tinham notícias de Candy. Tammy e Sabrina ainda estavam a pé, Annie já fora
para a cama.
— Detestaria ter filhos — disse Sabrina, infeliz, para Tammy. — Estou raladíssima com ela.
Tammy não queria admiti-lo, mas também estava a ficar preocupada. Não era nada típico
de Candy desaparecer assim sem dar notícias. Não sabiam o que fazer. E depois Tammy
lembrou-se de que havia uma linha de apoio na agência para onde se podia ligar a
qualquer hora do dia ou da noite, que se destinava às modelos que tivessem algum
problema. Algumas delas ainda eram muito jovens, vinham de outras cidades ou de outros
países e precisavam de ajuda ou de conselhos. Tammy procurou o número na agenda
telefónica de Candy e encontrou-o. Marcou o número, foi atendida por um serviço de
assistência e pediu para lhe ligarem à chefe da agência se isso fosse possível. Atendeu-lhe
uma voz sonolenta dois minutos mais tarde. Era a própria Marlene Weissman.
Tammy pediu desculpa por telefonar assim tão tarde, mas disse que estava preocupada
com a irmã, Candy Adams. Não vinha a casa desde a noite anterior e não sabiam nada
dela a não ser que saíra na noite anterior com um amigo.
Marlene Weissman pareceu ficar preocupada no mesmo instante.
— Ela não apareceu para fotografar hoje. Candy nunca fez isso antes. Com quem é que ela
saiu ontem à noite?
— Com o homem com quem anda no momento, uma espécie de príncipe italiano.
Marcello di Stromboli que é bastante mais velho do que ela. Foram a uma festa na Quinta
Avenida.
Nesta altura, Marlene já se encontrava bem desperta. Falou depressa e claramente.
— Esse homem é um impostor e um vigarista. Tem algum dinheiro e anda sempre à caça
de modelos. Já teve problemas com a polícia e já maltratou duas raparigas minhas. Não
fazia a mínima ideia de que ele ainda andava com a Candy, senão ter-lhe-ia dito alguma
coisa. De uma maneira geral, ele costuma perseguir raparigas mais novas do que ela.
— Eles apareceram juntos nos jornais algumas vezes — disse Tammy, sentindo os joelhos
a tremer.
— Eu sei. Mas pensei que ele já a tivesse deixado. É o que costuma fazer. Sabe onde ele
mora?
— A Candy deu-nos a morada — disse Tammy e leu-a para Marlene.
— Encontro-me lá consigo dentro de vinte minutos. Penso que é melhor irmos. Ele pode
tê-la lá, drogada ou coisa pior. Tem namorado ou marido? — perguntou-lhe Marlene sem
cerimónias.
— A minha irmã tem — respondeu Tammy.
— Ele que vá também. Se Marcello não nos deixar entrar, chamamos a polícia. Não gosto
daquele tipo, é má rês e é sinónimo de sarilhos.
Aquilo era tudo o que as irmãs de Candy não queriam ouvir. Graças a Deus que
telefonaram àquela mulher.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1