Escola da Noite

(Carla ScalaEjcveS) #1

Disparou para o meio do corpo deles, dois tiros rápidos, dados um a seguir ao
outro, da esquerda para a direita, e quando caíram ao chão, voltou a disparar,
para a cabeça e à mesma distância, para garantir a coisa a cem por cento. O
estrondo inicial esmoreceu e deu lugar a um apito estridente, de furar os
tímpanos. Na parte lateral da carrinha vazia e avariada da casa de móveis, a
palavra Möbel ficou salpicada de sangue.
Reacher apontou para a cara da mensageira.
A mensageira levantou as mãos.
E disse:
— Rendo-me.
Ninguém respondeu.
E ela insistiu:
— Tenho boas informações. Sei as contas bancárias deles. Posso dar-lhes o
dinheiro deles.


Sinclair assumiu o comando. Afinal de contas, era a oficial superior, numa
lógica à NATO. De uma perspetiva municipal, Griezman até aceitou isso com
alguma resignação, possivelmente por razões de Realpolitik, que era uma palavra
alemã que significava saber quando não temos hipóteses. Ela disse-lhe que, se
ele achasse que a carrinha ainda não atravessara a ponte, então devia retirar
todos os homens que tinha adstritos ao gabinete do presidente da câmara para
formar um perímetro compacto. Mandou Neagley ir à cabina telefónica para
chamar Bishop, White e Vanderbilt. Waterman e Landry podiam ficar onde
estavam, a cuidar do forte.
No espaço de uns minutos, Griezman já tinha dois carros na ponte.
Agradeceram ao polícia de trânsito e mandaram-no para casa. A seguir,
chegaram mais dois carros. Atravessaram a barricada, a conta-gotas, e
instalaram-se à frente dos edifícios mais próximos. Uma simples questão de
números. Uma carrinha de distribuição era uma coisa considerável. Uma fila
comprida de homens colocados lado a lado dificilmente a deixaria passar

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