cor de verdete. Um mapa da floresta de cervos se sustentava em duas barras de ferro
oxidado. Christian Brix tinha chegado ao parque segunda-feira de manhã, lá pelas
sete. Pouco depois, matou-se com um tiro.
Passaram alguns veículos. Um velho carro japonês diminuiu a velocidade, e a
motorista olhou para Eva. Estava ali para segui-la? Não. Eva se aproximou do mapa
da floresta, ilegível, quase apagado, depois dos estragos do tempo. Para tirar o pó,
passou as costas da mão pela folha descolorida. Procurou o setor Ulvedalene.
Seguiu pelo caminho da floresta, que se estendia até onde a vista alcançava.
Christian Brix tinha entrado por lá. Ele teria mesmo estado naquele lugar,
espingarda de caça na mão, totalmente fora de si, tremendo de medo com o que
planejava fazer? Ou sereno e firme, talvez. Só que havia mandado um torpedo para
o irmão e a irmã vários minutos depois que Malte soube que o tio tinha morrido.
Isso era fato, uma das poucas coisas de que Eva tinha certeza naquele caso – e uma
das razões pelas quais agora andava por ali. Deixou o asfalto e pegou uma trilha, que
a chuva tinha molhado e amolecido. Uma corredora de longo cabelo loiro surgiu
um pouco mais adiante.
- Oi – disse a mulher, e sorriu ao cruzar com Eva.
- Oi.
A mulher continuou correndo. Eva se voltou e chamou: - Com licença!...
A mulher parou. - Por favor.
- Sim?
- O setor Ulvedalene fica para que lado?
A mulher voltou para junto dela. Examinou o rosto de Eva um instante, e Eva o
dela. Era uma mulher de quarenta e poucos anos, bonita, em boa forma, com
aliança elegante, belos brincos. O tipo de mulher sobre quem Eva escrevera artigos
fazia poucos meses, quando o mundo era diferente, e lhe parecia se justificar que ela