que os outros não querem publicar.
A mulher deu de ombros.
- Você sabe se a polícia interrogou as pessoas por aqui? Algum de vocês vem para
cá todo dia? Gente que corre, esse tipo. A polícia foi à sua casa?
A mulher fez que não. - Pelo que entendi, só à casa de Mikkelsen.
- Mikkelsen?
- O meu vizinho, aquele que achou o corpo.
- E esse Mikkelsen mora onde?
A mulher tornou a hesitar. Não estava nada entusiasmada com a ideia de soltar
uma repórter em cima dos vizinhos. - OK, não precisa responder – disse Eva. – Você não está falando com a polícia.
- A verdade é que estou pensando em mudar de bairro.
- Eu sei como é – disse Eva.
- Pois é; é horrível. Penso nisso toda vez que entro no parque. Você entende? É
como se o parque... É como se, de repente, isto aqui fosse um parque muito
diferente. - Entendo muito bem – disse Eva, e sorriu. – Muito obrigada pela ajuda.
Eva se voltou e seguiu em frente. Percebeu que aquela mulher bonita continuava
olhando. Parecia ainda estar matutando se valia a pena mudar-se, se a tragédia na
mata havia maculado para sempre o pedacinho de paraíso pelo qual tinha lutado
tanto.
No chão da floresta, ainda havia restos do cordão policial. A grama estava pisada;
por ali tinham passado muitos veículos e muita gente. Durante algumas horas, a
clareira havia sido o centro do mundo para um exército de policiais.
Tudo tinha acontecido ali. Eva sentiu ligeiro calafrio. Teria sido por causa da