História em Foco - Edição 09 (2019-08)

(Antfer) #1
interpretações e significados
Sobre as polêmicas construídas devido ao fato da mudança
de vocábulos de uma edição para outra da Bíblia, o consultor
de tradução da SBB observa que as pessoas leem sempre
os mesmos textos, que são usados para comprovar pontos
doutrinários ou coisas assim. “Isto quando não procuram
apenas as palavras que interessam (ignorando, assim, os textos
ou os parágrafos, que são unidades maiores). Assim, quando
uma tradução mexe com textos consagrados ou altera termos
técnicos (como ‘santificação’) surge a polêmica”, pondera.
Vilson ainda analisa que muitos leitores não conseguem
perceber que, mesmo mudando os termos, o significado
continua essencialmente o mesmo. “Não encontrando
os termos favoritos, logo concluem que algo foi tirado da
Bíblia, quando, na verdade, apenas houve uma substituição
ou expressão em outros termos”, conclui.

“Alguém já disse que ler uma
tradução é como ver televisão
em preto e branco. Outros
dizem que, longe de ser uma
equivalência (em que duas
moedas de um real equivalem
a uma cédula de dois reais),
a tradução não passa de
‘semelhança interpretativa’”
Vilson Scholz, consultor de Tradução da
Sociedade Bíblica do Brasil

Foto:

Wikimedia Commons

Jerônimo foi bem-feita, porque ele era um grande
tradutor (não apenas da Bíblia, mas também de
outros textos). Ele foi acusado de ‘traidor’ por
preferir, em muitos casos, uma tradução dinâmica
a uma tradução literal que ninguém entenderia”,
completa Scholz. Foi a partir do Concílio de
Trento, em 1546, que a Vulgata foi definitivamente
reconhecida, sendo revisada com o Concílio do
Vaticano II.
A Vulgata é a base para muitas traduções pos-
teriores, incluindo a primeira versão em Língua
Portuguesa, feita pelo rei Dinis de Portugal. O
Novo Testamento e os Salmos foram obra de D.
João I. Fundador do Luteranismo e uma das figuras
de destaque da Reforma Religiosa do século XVI,
Martinho Lutero foi quem traduziu a Bíblia para o
alemão. A reprodução em língua inglesa, no século
XIV, foi atribuída a John Wycliffe. A versão da
Igreja Anglicana – religião que surgiu com o rei
inglês Henrique VIII no contexto da Reforma
Protestante – foi encomendada pelo rei Jaime I. Já a
tradução integral para o castelhano, feita a partir dos
textos originais, é chamada de Bíblia Reina-Valera.


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