vel inverno russo. Programada para maio, de fato a Ope-
ração sofreu adiamento e foi remanejada para junho por-
que, às vésperas da invasão, Mussolini pediu ajuda a Hi-
tler depois de sua atrapalhada invasão da Grécia, onde
seu fraco exército foi derrotado e ainda estava em vias de
perder a Albânia, conquistada em 1937, para os gregos.
Hitler enviou ajuda e dominou quase toda a região dos
Bálcãs, atrasando o ataque à URSS, algo que se mostrou
decisivo para os rumos da guerra.
Formaram-se três frente de batalha: o Norte, en-
carregado de ocupar Lituânia e Letônia rumo a Lenin-
grado; o Centro, que visava um ataque frontal à capital
Moscou; e o Sul, destinado a ocupar os vastos campos
de trigo da Ucrânia e o petróleo do Cáucaso. O avanço
alemão foi rápido no começo. Em julho, a cidade de Sm-
lensk já havia sido conquistada e Leningrado (hoje São
Petersburgo) estava em estado de sítio. Em setembro, a
cidade de Kief foi derrotada com 650 mil soldados. No
final do ano, mais de três milhões de russos tinham sido
presos e um milhão deles, mortos. Os nazistas estavam
de olho no Kremlin.
Mas Churchill, no dia da invasão alemã à União So-
viética, fez um discurso de apoio à URSS: “O perigo rus-
so é o nosso perigo e o perigo dos Estados Unidos, assim
como a causa de qualquer combate russo pela família e
pela pátria é a causa dos homens e dos povos livres em
qualquer parte do globo. Aprendemos as lições ensinadas
por essa experiência cruel. Redobremos nossos esforços e
ataquemos com a união da força, enquanto nos restarem
vida e poder”. Certamente, essa declaração era o prenún-
cio de uma aliança que iria se consolidar em breve.
Hitler esperava que Moscou fosse derrotada rapida-
mente. Entretanto, uma resistência feroz fez que os ale-
mães voltassem às planícies geladas. Stalin, que era um
lutador, permaneceu com o objetivo de reerguer o moral
do povo. A resistência russa era a luta pela própria so-
brevivência, pois a colonização do território pelos ale-
mães faria das populações russa e eslava escravos, ou
mortos. Mais do que qualquer ideal ou bandeira, os rus-
sos lutavam para sobreviver.
Stalin entregou a tarefa de defender Moscou dos ale-
mães – que já chegavam a 60 km da capital – a seu mais
competente general, Georgy Zhukov. Tão truculento e
resoluto quanto seu patrão, ele reorganizou o Exército
Vermelho e deslocou boa parte dele da frente oriental
para rechaçar os nazistas das cercanias de Moscou. Já era
dezembro, o inverno ardia em neve e frio. A união des-
ses dois elementos forçou Hitler a um recuo, salvando a
capital russa das garras alemãs. Na sequência, Zhuvov
passou à contra-ofensiva, empurrando as tropas nazistas
para mais longe, que a parti daí foi perdendo terreno. Em
janeiro de 1942, os russos já tinham forçado a Alemanha
a recuar cerca de 200 km.
Divulgação/ Discovery Networks
“E assim, nós, nacional-socialistas,
vamos voltar nossas vistas
para os países do leste.
Quando falamos hoje em novo
território da Europa, devemos
pensar principalmente na
Rússia e nos seus Estados
vassalos limítrofes. Esse
colossal império no leste
está amadurecendo para
a dissolução, e o fim do
domínio judaico na Rússia será
também o fim da Rússia como
Estado”, escreveu Hitler
em "Minha Luta"