Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1





Tracking atrial: mecanismo de modulação da frequência ventricular. Em arritmias
atriais (fibrilação atrial, flutter atrial ou taquicardia atrial) com resposta ventricular
acima da programada, instala-se modificação da condução atrioventricular para 2:1
ou 3:1; protegendo os ventrículos de uma frequência maior gerada por condução 1:1
Mode switching: modificação do modo de funcionamento de DDD para VVI ou DDI
em arritmias atriais originando frequências elevadas pela estimulação ventricular
deflagrada por eventos atriais sentidos. Os modos VVI ou DDI temporariamente
eliminam o átrio do circuito e, assim, mantêm a frequência cardíaca ventricular
controlada conforme programação. Após o término da taquiarritmia, o mode switching
retorna para o modo DDD.

COMPLICAÇÕES E MAU FUNCIONAMENTO


SÍNDROME DO MARCA-PASSO
Complicação relacionada com o modo de funcionamento VVI. Deve-se à dissincronia
da estimulação atrioventricular, podendo ocorrer contração atrial com a válvula
atrioventricular fechada que, consequentemente, provoca queda do débito cardíaco e
elevação da pressão atrial. Sintomas de baixo débito, tonturas, dispneia e síncope
podem ser relatados. O tratamento requer implante de um eletrodo atrial e a mudança
de estimulação para o modo DDD.


ALTERAÇÕES DE SENSIBILIDADE


Geralmente relacionadas com danos do sistema cabo-eletrodos:


Undersensing: perda da capacidade de reconhecimento da despolarização
espontânea (atrial/ventricular) como se o marca-passo estivesse programado no
modo assíncrono, ou podendo ser intermitente. Pode estar relacionada com a
programação inadequada da sensibilidade, bem como com a fratura ou o
deslocamento do cabo
Oversensing: sensibilidade exagerada no canal atrial ou ventricular dando origem à
inibição do estímulo do marca-passo. Inadequado reconhecimento de onda R no
canal atrial, onda T no canal ventricular ou sinais não fisiológicos podem acarretar
mau funcionamento do dispositivo. Pode estar relacionada com perda da integridade
do sistema cabo-eletrodo, disfunção do circuito do marca-passo, interferência
eletromagnética, programação inapropriada ou miopotenciais nos pacientes com
sensibilidade unipolar.

FALHA DE CAPTURA
Perda da capacidade de despolarização miocárdica pelo estímulo do marca-passo. As
espículas geradas não serão sucedidas por captura. Relacionada com fratura ou
deslocamento do cabo, baixa energia de estimulação (programação inadequada ou

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