O escore de Wilkins consiste na avaliação ecocardiográfica com ênfase na descrição
dos aspectos estruturais, utilizado para ajudar na indicação de valvoplastia mitral (VM)
percutânea. Escore inferior ou igual a 8 sugere pacientes que podem ser submetidos a
essa intervenção, salvo outras contraindicações. São considerados quatro aspectos
morfológicos ao ecocardiograma para definição do escore: mobilidade dos folhetos,
espessura dos folhetos, calcificação valvar e acometimento subvalvar, com pontuação
variando de 4 a 16.
Alta taxa de sucesso com baixas taxas de complicação. Procedimento bem indicado
a pacientes com EM moderada a significativa, sintomáticos ou a assintomáticos
portadores de hipertensão pulmonar (PSAP [pressão sistólica de artéria pulmonar] > 50
mmHg em repouso ou > 60 mmHg com atividade física), com escore de Wilkins ≤ 8, na
ausência de trombo atrial esquerdo ou de insuficiência mitral moderada a significativa
(Quadro 29.1).
Quadro 29.1 Contraindicações à valvoplastia mitral percutânea por cateter-balão.
Existência prévia de insuficiência mitral moderada a significativa
Trombo atrial esquerdo
Escore ecocardiográfico de Wilkins desfavorável (acima de 8 pontos)
Outras valvopatias concomitantes que requeiram tratamento cirúrgico e doença arterial coronariana com indicação à revascularização
cirúrgica associada
Pacientes com estenose mitral discreta
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Indicado a pacientes com contraindicação à valvuloplastia mitral percutânea por
cateter-balão ou em casos em que há concomitância de valvopatia tricúspide ou aórtica
significativa. Técnicas cirúrgicas incluem valvuloplastia, substituição da valva lesada
por próteses mecânicas ou biológicas ou utilizando-se homoenxertos heterólogos ou
enxertos autólogos.
INSUFICIÊNCIA MITRAL
Caracterizada por regurgitação sanguínea do ventrículo esquerdo para o átrio
esquerdo, podendo ser classificada em primária ou secundária, quando relacionada
com outra doença cardíaca. Diagnóstico e quantificação baseiam-se muito em dados
da ecocardiografia, capaz de avaliar a morfologia e a gravidade da lesão. O cateterismo
cardíaco fica reservado a pacientes em que há discrepância entre a clínica e exames
não invasivos, discrepância da PSAP ou quando há necessidade de avaliar presença,
extensão e gravidade de doença arterial coronariana (DAC) ou, ainda, quando há