Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

  • Fenômeno Gallavardin: irradiação do sopro aórtico auscultado no ápice cardíaco


A EAo pode ser classificada de acordo com os parâmetros ecocardiográficos
resumidos na Tabela 29.3.
O cateterismo cardíaco pode ser necessário se existir discrepância entre os dados
clínicos e ecocardiográficos ou para aqueles pacientes com fatores de risco para DAC.
A tomografia computadorizada é a melhor maneira de se reconhecer e quantificar a
magnitude da calcificação da valva aórtica, além de avaliar bem a raiz de aorta e a
aorta ascendente. Ressonância magnética é um bom método de avaliação de presença
e quantificação de fibrose miocárdica, além de poder planimetrar a área valvar e avaliar
a função ventricular quando há dúvida pelo ecocardiograma.


TRATAMENTO


Para pacientes com sintomas decorrentes da EAo, o tratamento é eminentemente
cirúrgico, ficando o tratamento farmacológico reservado ao alívio dos sintomas de
pacientes não candidatos a tratamento cirúrgico ou como ponte enquanto aguardam
tratamento definitivo.


Tabela 29.3 Quantificação ecocardiográfica da estenose aórtica.


Estenose aórtica Discreta Moderada Significativa
Velocidade do jato (m/s) < 3,0 3,0 e 4,0 > 4,0
Gradiente médio (mmHg) < 25 25 a 40 > 40
Área valvar (cm^2 ) > 1,5 0,8 a 1,5 < 0,8

Pacientes sintomáticos ou com EAo significativa, assintomáticos com FE < 50% ou,
ainda, pacientes com EAo significativa que serão submetidos à cirurgia de
revascularização miocárdica ou à cirurgia da aorta torácica ou outra cirurgia valvar
concomitante, são candidatos de eleição para tratamento cirúrgico. Nos pacientes
assintomáticos, os fatores de risco devem ser levados em consideração para planejar o
melhor momento para a abordagem cirúrgica. Sempre lembrar a indicação de profilaxia
para endocardite infecciosa a esses pacientes.
Atualmente, a indicação ao implante percutâneo de biopróteses aórticas (TAVI)
restringe-se aos pacientes que, pela idade avançada e/ou por comorbidades, têm
contraindicação ou risco elevado para o tratamento cirúrgico convencional.
Já a valvuloplastia aórtica por cateter-balão (VACB) determina melhora apenas
temporária dos sintomas e do gradiente de pressão transvalvar, pela alta incidência de
reestenose. Fica reservado para pacientes hemodinamicamente instáveis, com elevado
risco cirúrgico e impossibilidade momentânea de realização de implante de bioprótese

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