Manual de Cardiologia - Pedro Ivo de Marqui Moraes

(Antfer) #1

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por cateter, como ponte para tal ou como um procedimento paliativo.


INSUFICIÊNCIA AÓRTICA


Lesão regurgitante secundária a causas como dilatação idiopática da aorta,
anormalidades congênitas (valva bicúspide), calcificação da valva, doença reumática,
endocardite infecciosa, hipertensão arterial sistêmica, degeneração mixomatosa,
dissecção da aorta ascendente e síndrome de Marfan. A IAo geralmente se desenvolve
de maneira lenta e insidiosa, com uma morbidade muito baixa durante uma longa fase
assintomática. O aparecimento de sintomas e a redução da função sistólica do VE são
os principais fatores de pior prognóstico e embasam o tratamento cirúrgico (Quadro
29.4).


DIAGNÓSTICO
A ecocardiografia é importante para avaliar etiologia e gravidade da IAo aguda ou
crônica e suas repercussões ventriculares; avaliar e quantificar dilatação da raiz da
aorta; para reavaliação de pacientes com mudança de sintomas e sinais; após
intervenção cirúrgica da valva aórtica. Indicada à reavaliação periódica anual do
tamanho e da função do VE em pacientes com IAo significativa assintomáticos.
O cateterismo cardíaco com aortografia e medida das pressões no VE fica
reservado para avaliação da gravidade da regurgitação, função ventricular e dilatação
da raiz da aorta quando testes não invasivos são inconclusivos, ou ainda antes da
cirurgia valvar aórtica em pacientes com fatores de risco para DAC.
A tomografia computadorizada possibilita reconhecer e quantificar a magnitude da
dilatação da raiz aórtica. A angiotomografia de coronárias pode substituir a
cineangiocoronariografia pré-operatória em pacientes com baixa a moderada
probabilidade pré-teste de DAC. A ressonância magnética tem indicação à avaliação de
fração de ejeção ou volumes ventriculares limítrofes ou duvidosos pela ecocardiografia,
quando há incerteza da gravidade da IAo ou à avaliação das dimensões da raiz da
aorta e da aorta ascendente.


Quadro 29.4 Sinais clínicos em insuficiência aórtica.


Pulso com ascenso rápido e alta amplitude, conhecido como martelo d’água ou Corrigan
Aumento da pressão de pulso: maior divergência entre os valores das pressões sistólica e diastólica (com pressão diastólica baixa)
Sinal de Musset: movimentação frontal da cabeça
Sinal de Becker: expansão da íris
Pulsação carotídea ampla (dança das artérias)
Sinal de Müller: impulsões da úvula
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