ECONOMIA - UMA NOTÍCIA VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS
Banco Central do Brasil
Revista Isto É Dinheiro/Nacional - Economia
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Davos
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Autor: Jaqueline Mendes
Guedes tenta vender a imagem de um Brasil pujante em
Davos, mas bastou uma informação saída do lado de
cá da linha do Equador para acabar com a agenda
positiva do ministro.
O discurso do ministro da Economia Paulo Guedes
estava na ponta da língua: o Brasil voltou a crescer, o
ambiente de negócios está ótimo, o governo é liberal na
economia e criou as condições para o resgate da
confiança... Tudo perfeito para vender bem o peixe do
Brasil. Na teoria. Na prática uma notícia vinda aqui do
lado debaixo da linha do Equador e protagonizada pelo
presidente Jair Bolsonaro (somada a um rosário de
indicadores ruins da economia) bastou para frustrar as
expectativas e a retórica isenta de realidade de Guedes
no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Na
terça-feira (24) Bolsonaro voltou a mexer no comando
da Petrobras, o que gerou uma avalanche de dúvidas
para o ministro na Europa, algumas saias-justas e
nenhum acordo comercial relevante firmado.
O passeio aos Alpes de Guedes já começou a azedar
com a divulgação do IPCA-15, uma prévia da inflação,
que atingiu 0,59% em maio, o maior para o mês desde
- Apesar de o número mostrar uma desaceleração
ante abril, o indicador preocupa porque foi uma queda
menor do que a expectativa. Isso significa que a inflação
é mais persistente e disseminada do que se esperava.
Com essa informação em mãos e sabendo da mudança
no comando da Petrobras, Guedes precisou inverter o
discurso. A postura ufanista no começo da viagem logo
se transformou em defesa do governo em ano eleitoral e
ataques aos rivais. “[Se o PT ganhar], o Brasil não vai
entrar em colapso porque nós reforçamos toda a base
institucional. Mas vai andar devagar, quase parando”,
disse Guedes, para empresários. “Fizemos em 15
meses o que eles fizeram em 15 anos.”