Banco Central do Brasil
Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Mundo
Sunday, May 29, 2022
Banco Central - Perfil 1 - Davos
da Rússia, pouco se fez presente: os estritos controles
antipandêmicos de Pequim e Xangai impediram uma
participação mais vultosa, como em outros anos. Os
debates sobre economia também foram atravessados
pela de guerra. Porque a Rússia é um dos principais
exportadores de petróleo e gás do mundo, porque é um
dos principais produtores de fertilizantes e porque o
conflito entre os dois países, grandes produtores de
grãos, energia e comida, encareceu esses itens
bruscamente desde o início da guerra.
As altas alavancaram a inflação mundo afora, mesmo
em países que desconhecemo fenômeno, como a
Suíça, e economistas e especialistas no Fórum
alertaram para o risco real de faltar alimentos nas
nações pobres e energia nas ricas.
Dívidas soberanas cresceram, as cadeias de
fornecimento sofreram interrupções, e o comércio global
retraiu. Em suma, a globalização estancou, e o planeta
está à beira de uma nova crise devido à guerra, ainda
mal saído do caos da pandemia. Correta ou não, não é
a visão que prevalece na América Latina, na Ásia e na
África. E mesmo nos EUA o impacto é dimensionado
com mais nuances.
Mas as restrições sanitárias e otimizem reduzira messas
delegações, como observaram participantes com os
quais a Folha conversou, tornando um evento que nos
últimos anos vinha diversificando os convidados
essencialmente europeu. Logo, vizinho à guerra.
E, como ressaltou Scholz, há o temor de que todo o
sistema desenhado após 1945 colapse, ensejando um
redesenho da paisagem internacional e, como observou
o ministro Paulo Guedes, uma reorganização das
relações econômicas entre os países. Não é pouco.
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